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Diversidade é vista como valor, mas somente 4,75% das gestoras de fundos são mulheres

Rephrase my Foto: SouthWorks/Getty Images

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“Muitas vezes ainda sou a única mulher na mesa”. A percepção de Michelle Lauande, gestora de fundos de infraestrutura da Santander Asset, não é isolada no mercado financeiro – que dirá nos times de gestão.
Isso é corroborado pelo dado de que apenas 50 dos 1.052 gestores de fundos de investimentos brasileiros são mulheres, ou seja, somente 4,75% do total.
Olhando para os veículos, dos 25.321 fundos líquidos (CVM 555/175), os que têm mulheres no comando são 1.491 (5,89%), o que representa um patrimônio líquido (PL) de aproximadamente R$ 1,468 trilhão nas mãos delas.
Os números, de um levantamento elaborado pela Quantum Finance, mostram como o mercado de gestão de fundos possui baixa representatividade feminina – ainda que, segundo as especialistas ouvidas pelo Broadcast Investimentos, a diversidade só traz benefícios para a atividade.
Lauande é a única mulher de uma equipe de cerca de 20 gestores da Santander Asset. Desde que começou a trabalhar no mercado financeiro, há 11 anos, convive majoritariamente com homens, e sua avaliação é de que, atualmente, as mulheres não ocupam o espaço pela falta de uma “identificação imediata”.
“Há uma imagem de que no mercado financeiro todo mundo trabalha demais, se exige demais, e nem sempre é possível se adaptar a isso, e de que é um ambiente extremamente masculino, onde mulheres se sentem menos aceitas. São as duas principais barreiras”, diz Lauande.
Sobre o primeiro ponto, ela destaca que, embora seja construtivo que mulheres busquem flexibilidade e equilíbrio na vida pessoal e profissional, o fato de colocarem muito peso nas decisões e como elas afetam planos futuros – o que ela entende como qualidade – é um “freio” na carreira”. “Já um homem ‘só vai’.”
A “síndrome do impostor” – no caso, “da impostora” -, segundo à qual o indivíduo tem uma tendência à autossabotagem, também é um problema, segundo Fayga Czerniakowski Delbem, superintendente de crédito privado da Itaú Asset.
Responsável por uma área com 15 profissionais – dos quais quatro são mulheres – e R$ 300 bilhões, Delbem observa como a autoconfiança feminina é menor em relação à masculina. “Em entrevistas de emprego, mulheres falavam não estar preparadas enquanto homens garantiam ‘mandar bem’. A questão é que os dois estão prontos, mas a forma como se colocam é diferente”, diz.
Há 32 anos no mercado financeiro, Isabel Lemos, gestora de renda variável do Fator Gestão de Recursos, diz ainda que um ambiente de trabalho receptivo faz toda a diferença – e ela acredita ter tido essa sorte. Após fazer um mestrado nos Estados Unidos, ela voltou para o Brasil com foco no mercado financeiro e encontrou no Fator a oportunidade de iniciar a carreira em análise e seguir para a gestão. for better SEO.  

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