Páscoa: saiba o que as empresas de doces estão fazendo para lidar com (ou aproveitar) a alta do cacau
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Rephrase my Desde outubro de 2023, os preços do cacau iniciaram uma trajetória de alta que alarmava o mercado de chocolates.O fruto abriu o ano negociado a US$ 4.162 a tonelada, em um momento no qual os preços pareciam esfriar. Na última sexta-feira (22), os futuros do cacau encerraram cotados em US$ 8.872 — aumento de 113%.Os fenômenos climáticos “La Niña” e “El Niño” afetaram o ciclo de chuvas que, por sua vez, impactou a produtividade dos cacaueiros nos dois principais países produtores do mundo: Costa do Marfim e Gana.Mas por mais distantes que estejam, o impacto na produção de cacau chegou ao Brasil em uma época que é sinônimo de chocolates: a Páscoa.Renato Zanoni, responsável pelas operações comerciais da Ferrero no Brasil, destaca que o atual contexto apresenta uma das maiores disparadas dos preços do cacau em meio século.“A Ferrero enxerga esse cenário como um desafio e, diante disso, está implementando esforços e estratégias para acomodar alterações de custo de modo a minimizar o impacto para o consumidor”.Entre janeiro de 2023 e de 2024, o preço do doce subiu 8%, conforme o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país.De acordo com dados do Procon-SP compilados para este feriado, o preço médio dos bombons ficou 8,76% mais caro, enquanto o dos tabletes subiu 8,3%.Já os tradicionais ovos de Páscoa ficaram até 18% mais caros para fornecedores, perdendo lugar para chocolates menores e mais baratos.Essa realidade fica evidente em uma pesquisa da Kantar encomendada pela Mondelēz Brasil: no ano passado, o consumo de ovos de Páscoa caiu em relação a 2022, com 12,2% dos consumidores optando pelo doce típico.Executivos da Mondelēz e da Ferrero avaliam que os ovos são uma opção para presentear pessoas mais próximas.Assim, as marcas de doces estão se preparando para driblar — ou aproveitar — a alta do chocolate e tornar seus produtos mais atrativos nesse feriado. Leia Mais AdaptaçõesZanoni reforça que “é inevitável que a indústria se adeque a essa nova realidade do preço das commodities”.Ao todo, de acordo com a Kantar, 53,9% dos consumidores optam controlar os gastos e consumir produtos do portfólio regular de chocolates durante a Páscoa — ou seja, os itens que são vendidos ao longo do ano.Caso a indústria não busque caminhos para lidar com a alta dos preços, não só a parcela de consumidores de produtos sazonais pode cair, como a de consumidores de chocolate no geral também.“Eu não posso apertar o produtor lá no preço, e na outra ponta tenho um consumidor que quero manter feliz. Então não posso aumentar tanto o preço, senão essa pessoa vai embora”, avalia Túlio Landim, co-CEO da Dengo Chocolates, que joga a responsabilidade para a gestão da empresa.“A gente tem feito, hoje em dia, muito investimento em melhoria de processo, fazer as coisas mais rápidas.”Entre as apostas da Dengo apontadas por Landim, estão capacitação de pes for better SEO.