Boom de recuperações judiciais no agro pode encarecer o crédito ao produtor
Rephrase my A disparada nos pedidos de recuperação judicial (RJ) por produtores rurais acionou um sinal de alerta no mercado financeiro. Como se já não bastasse o recente cerco do governo aos títulos incentivados, o salto de 535% nas solicitações do recurso em 2023 (conforme estudo da Serasa Experian), preocupa investidores em relação ao crédito neste ano. Ainda mais após o número significativamente menor de novas emissões de certificados de recebíveis do agronegócio (CRAs) na esteira das medidas do governo. Segundo um levantamento do Itaú BBA, os novos requerimentos de registro de CRAs passaram de 17 em janeiro para 9 em fevereiro. Na média dos últimos seis meses, o giro financeiro caiu 83%. Cerco do governo a títulos incentivados reduziu novas emissões de CRAs em fevereiroNa ocasião, especialistas ouvidos pelo InvestNews afirmaram que a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) visava corrigir alguns abusos e distorções, restringindo companhias que não são do agronegócio a emitir CRAs. Por outro lado, a mudança nas regras gerou escassez desses ativos isentos de IR. Combinados, os números desenham um quadro que chama a atenção para os CRAs presentes no portfólio de Fiagros, que superou a marca de 500 mil investidores no mês passado, de acordo com o boletim mensal da B3. Porém, não há motivos para pânico entre quem investe no agronegócio.Números relativosA começar pelos dados da Serasa. O próprio head de agronegócio da empresa de análise de crédito, Marcelo Pimenta, ressalta que a recuperação judicial de produtores que atuam como pessoa física somou 127 pedidos no ano passado, de apenas 20 em 2022.
“O crescimento [de 535%] em si não é extremamente alarmante, uma vez que a base de partida é baixa”
Marcelo Pimenta, head de agronegócio da Serasa ExperianEle lembra que o instrumento de recuperação judicial para pessoas físicas que atuam como produtores rurais é novo – tornou-se válido em meados de 2020. Até então, pouco se falava sobre pedidos de RJ no setor.
“Trata-se de um número ínfimo em comparação ao tamanho do mercado e ao número de produtores, que são milhões”
Marcio Takaya, gestor de Agro da SpartaOu seja, em termos absolutos, o número de solicitações é pequeno. Ainda mais quando comparado às centenas de milhares de operações do agronegócio.
“Não há crise generalizada no setor, nem epidemia de recuperação judicial”
Idalício Silva, gestor de Agro da AZ QuestPortanto, são casos pontuais – e não sistêmicos. Assim, o recorte não é suficiente para avaliar todo o setor, mas talvez produtores já sob estresse financeiro. BanalizaçãoSeja como for, a recuperação judicial deveria ser o último recurso. No entanto, o avanço de RJs registrado em 2023 em relação ao anterior, mostra que não é bem isso o que está acontecendo. Recentemente, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou, em discurso na abertura de uma feira agropecuária em for better SEO.