Indústria vai defender conclusão de acordo Mercosul-UE em reuniões com Macron
Rephrase my Linha de produção industrial. Foto: José Paulo Lacerda/CNI
O presidente da França, Emmanuel Macron, ouvirá, durante sua passagem de três dias pelo Brasil, apelos de empresários da indústria pela conclusão do acordo entre Mercosul e União Europeia. Opositor da versão atual do acordo, o presidente francês chega ao Brasil dois meses após pedir à Comissão Europeia a desistência do tratado com o bloco sul-americano.
A agenda ambiental e as parcerias bilaterais, incluindo a assinatura de 15 atos entre os países, estão no foco da visita que Macron inicia nesta terça, ao desembarcar em Belém, no Pará, a sede da conferência do clima da ONU, a COP30, no ano que vem.
O acordo comercial será, contudo, colocado em pauta nos encontros que Macron terá com empresários do setor produtivo.
Em paralelo ao fórum bilateral a ser realizado na tarde da quarta-feira pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que terá a participação, entre outros, do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o líder francês terá também na sede da entidade patronal paulista reuniões reservadas com empresários.
Em um dos encontros marcados, o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Ricardo Alban, pretende defender diante de Macron que o acordo com o Mercosul trará benefícios a ambos os lados, com a diversificação das exportações e a ampliação da rede de parceiros comerciais dos países dos blocos.
A entidade entende que o acordo representa uma oportunidade para a indústria brasileira voltar a ter relevância na pauta comercial com a União Europeia, que no ano passado comprou US$ 46,3 bilhões em produtos do Brasil.
A retirada do imposto de importação na Europa, conforme estimativa da CNI com base em dados de 2022, beneficiaria aproximadamente R$ 13 bilhões em produtos da indústria de transformação.
A pauta ganhou peso na agenda da CNI após uma consulta divulgada em outubro mostrar que, para três em cada quatro empresas e associações industriais, o acordo com o bloco europeu deve ser tratado como prioritário.
Conforme a CNI, com base em dados de 2022, a cada R$ 1 bilhão exportado para a União Europeia são gerados 21,4 mil vagas de trabalho no Brasil, número superior à contribuição aos empregos dos embarques para a China, de 15,7 mil postos.
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