Fusão entre 3R (RRRP3) e Enauta (ENAT3) avança para memorando com termos da operação
Foto: Divulgação/Enauta
A fusão entre 3R Petroleum (RRRP3) e Enauta (ENAT3) chacoalhou o mercado financeiro nesta terça-feira (2). A operação envolve a criação de uma nova empresa no setor de petróleo com capacidade de produção de 120 mil barris de óleo por dia.
Mas o mercado puniu as ações da Enauta nesta terça-feira com uma queda de 11%, enquanto o papel da 3R (RRRP3) subiu 0,24%.
Uma fonte ouvida pela Inteligência Financeira e que está à par da fusão entre 3R e Enauta aponta que as companhia já trabalham no memorando para firmar os termos da operação e ambas as partes “estão engajadas” nas negociações.
A proposta inicial da Enauta, com participação de 47% do capital acionário da nova empresa contra 53% da 3R, deve ser mantida e o anúncio deve ocorrer nos próximos 30 dias, sem possibilidade de prorrogação.
De acordo com a fonte, as companhias demonstraram boa vontade para a fusão. Tanto 3R quanto Enauta entendem que ambas estão em “momentos parecidos” para realizar a operação.
Antes da conclusão, a Enauta deve realizar uma due dilligence sobre certificação das reservas de petróleo da 3R. Após a conclusão da diligência, o acordo de fusão, dentro dos termos propostos originalmente pela Enauta, deve ser assinado.
Quem perde, na ponta oposta, é a PetroReconcavo (RECV3), cujas ações precificavam a fusão com a 3R proposta no início de fevereiro.
A 3R Petroleum comunicou a suspensão do acordo após ter recebido a carta da Enauta.
Conversas sobre possíveis acordos entre 3R e PetroReconcavo após a fusão com a Enauta foram totalmente interrompidas, segundo esta mesma fonte.
As ações da PetroReconcavo despencaram 8,81% no Ibovespa, com o investidor reduzindo o valor do papel após a entrada da Enauta no M&A. É o que avalia Renato Reis, analista da DV Invest.
A combinação dos negócios de 3R e Enauta deve criar uma nova companhia de extração e produção de petróleo, a terceira maior do mercado de óleo e gás no Brasil.
A nova empresa teria produção potencial acima de 100 mil barris de petróleo por dia no prazo de cinco anos, de acordo com a proposta da Enauta. Já as reservas das duas empresas pode superar 770 milhões de barris.
As ações da Enauta caíram, segundo analistas, porque acionistas esperavam um prêmio maior para o papel no âmbito da fusão.
Há também uma provável piora do balanço financeiro da Enauta no curto prazo que pode ter provocado a fuga do papel, segundo Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
O acordo, em geral, “parece ser mais vantajoso para a 3R Petroleum”, afirma João Abdouni, analista da Levante. “Isso colocado, a 3R tem uma reserva possível de petróleo (2P) mais elevada que Enauta e em contrapartida ela tem uma alavancagem mais alta.”
Já a Enauta incorre num risco de execução para o campo de exploração de Atlanta, com a vinda de um navio petrolífero para a perfuração (