Últimas Notícias

Governo cobra implantação do Pix em pedágios, mas concessionárias avaliam como inviável

Praça de pedágio na estrada municipal do Atanázio, em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo Foto: Robinson Roy/Wikimedia Commons

O Ministério dos Transportes estabeleceu em portaria que as praças de pedágios das rodovias federais deverão, a partir de junho deste ano, oferecer opções de pagamento em Pix e cartões de débito e crédito.
Contudo, a avaliação interna das concessionárias é de que os desafios técnicos, principalmente para o Pix, farão com que a diretriz do governo tenha efeito limitado, sem qualquer perspectiva de prazo para que se torne realidade.
A portaria, divulgada no último dia 8, prevê que o detalhamento das regras será feito pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que deverá, por exemplo, definir o número mínimo de cabines a serem equipadas para o Pix em cada praça.
No texto, o Ministério dos Transportes diz que é preciso disponibilizar as alternativas “garantindo a eficiência e a praticidade na cobrança das tarifas”. Porém, um dos diagnósticos prévios do setor é de que a nova modalidade poderá representar aumento de custos e de tempo para os motoristas.
O país tem 26 concessões de rodovias federais, que juntas somam 174 praças de pedágio. Dessas, apenas três já possibilitam a opção de pagamento por Pix, sendo todas na BR-163, corredor de escoamento de grãos gerido pela Via Brasil.
O pagamento com cartão de crédito e débito está mais difundido. Conforme dados da Associação Brasileira de Concessionária de Rodovias (ABCR), entre suas 21 concessionárias federais associadas, 85% dão opção de débito e 54% aceitam crédito.
“A diferença é que o Pix carrega um conjunto de desafios de cunho prático”, afirma um dos representantes consultados pela reportagem, que pediu para não ser identificado. A cautela é para que as posições não criem rusgas precipitadas com o governo federal antes das definições finais da ANTT.
“Criou-se a ideia de que as concessionárias têm aversão a pagamentos eletrônicos por motivos escusos. A questão é técnica e de custos”, afirma um gestor de uma das concessionárias. Segundo o mesmo representante, a expectativa é de que, diante dos entraves, a ANTT deverá estabelecer filtros técnicos que devem limitar a obrigatoriedade de adoção do Pix.
O primeiro desafio citado pelas concessionárias – e o de maior peso técnico – é a conexão com redes de internet e telefonia. Em parte das praças situadas na zona rural, o sinal é limitado ou inexistente.
Para o pagamento com cartões, o problema pode ser superado a partir de redes de internet cabeada que alcançam as cabines. Já o Pix demanda que também o motorista esteja conectado à internet.
Para que todos estejam conectados pela rede móvel, é necessário que haja sinal de telefonia de todas as operadoras – distante do atual cenário de cobertura.
Em entrevista ao Estadão/Broadcast (sistema de notícias em tempo   

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo