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‘Fator Tombini’ gera receio no mercado com a sucessão de Campos Neto

O mercado financeiro não esconde certa ansiedade com a sucessão do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, a partir de 2025. Ao menos em parte, a desancoragem das expectativas de inflação e a incorporação de prêmios na curva de juros futuros refletem esse sentimento dos investidores. Consultores de investimento têm sugerido a clientes que aloquem parte da carteira em títulos atrelados à inflação não só pelo fato de o juro real seguir elevado, mas também pela “possibilidade de um Banco Central mais tolerante com a inflação”, como escreveu recentemente a Nord Research, em referência à troca no comando do BC ao fim deste ano.É a primeira vez desde que a autonomia do BC entrou em vigor, em fevereiro de 2021, que haverá uma troca de comando na autoridade monetária após o início do mandato de um presidente da República. Até então, o Executivo indicava um nome assim que assumia o cargo. A partir de agora, essa regra valerá para os próximos presidentes eleitos.   Mandato do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, termina em 31/12/2024 (REUTERS/Adriano Machado)“A mudança na presidência do BC é um assunto debatido pelo mercado desde a entrada do atual presidente da República. Com a aproximação do fim do mandato de Campos Neto o tema toma maiores proporções”, lembra André Meirelles, diretor de alocação e distribuição da InvestSmart.PT e Banco CentralO temor do mercado se dá, principalmente, por causa do viés de governos passados do PT, em especial quando o BC estava sob o comando de Alexandre Tombini, e das reiteradas manifestações do presidente Lula com críticas à gestão de Roberto Campos Neto na calibragem do juro necessário para combater a inflação.  No caso de Tombini, profissionais do mercado ressaltam a decisão de agosto de 2011, quando o BC decidiu cortar o juro básico em 0,50 ponto percentual mesmo com uma inflação acumulada em 12 meses de 7% e em ascensão. O episódio ficou conhecido no mercado como “cavalo de pau”.
“Ainda há uma lembrança muito ruim da gestão Tombini, que largou o compromisso com a meta de inflação e jogou o manual no lixo”
Alexandre Schwartsman, economista e ex-diretor de Assuntos Internacionais do BCCampos Neto sabe que sua saída tem gerado insegurança. Na semana passada, o atual comandante do BC manifestou ao governo Lula a importância de indicar o seu sucessor com antecedência, evitando um hiato na sucessão. Em um evento no início de abril, Campos Neto defendeu uma transição “mais suave possível” e ressaltou que o mais importante para quem senta na cadeira de presidente é “ter firmeza de dizer não”.Quem vem?Trata-se do principal receio do mercado. Entre as apostas, o provável substituto seria o atual diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo.  “É um nome associado a um BC disposto em fazer o que o Executivo quer”, diz Schwartsman. No jargão do mercado, significa uma postura mais suave (“d  

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