Ibovespa fecha com nova alta, na contramão de Nova York, antes do IPCA e do CPI
Mais um dia, a Bolsa brasileira se descolou de Nova York. Enquanto lá, fechamento misto; cá, alta, exatamente como ontem. O Ibovespa subiu 0,80%, aos 129.890,37 pontos, um ganho de mais de 1 mil pontos, e viu Wall Street oscilar constantemente nos seus principais índices, à espera tanto do CPI (inflação ao consumidor, que sai amanhã) e do PPI (inflação ao produtor, na quinta), quanto da ata da última reunião do Federal Reserve, que sai amanhã, com os investidores em busca de pistas sobre quando de fato a autoridade monetária vai começar a cortar as taxas de juros.“O mercado tem patinado durante a última semana, preocupado com o Fed e o seu compromisso de reduzir as taxas de juros”, disse à CNBC Sam Stovall, estrategista-chefe de investimentos da CFRA Research. “Uma leitura do CPI mais forte do que o esperado, tanto na manchete quanto no núcleo, pode acabar desencadeando um catalisador para a correção”. Jamie Cox, sócio-gerente do Harris Financial Group, observou que a liquidação de terça-feira também pode ser uma reação sazonal uma semana antes do Dia do Imposto (Tax Day, dia 15 de abril). “Há muita gente vendendo ativos para pagar impostos. Isso acontece todos os anos. Portanto, há uma espécie de confluência desses múltiplos fatores”, disse Cox.O dólar recuou 0,49%, a R$ 5,00, após a queda do dia anterior, mas não encontrou forças para ficar abaixo da faixa dos R$ 5. “O preço do minério de ferro trouxe impacto positivo para a Vale, que se valorizou mais de 5% e empurrou o Ibovespa como um todo (na véspera)”, explicou Matheus Massote, especialista em câmbio da One Investimentos. Segundo ele, “essa maior atratividade do mercado de capitais beneficia nosso fluxo estrangeiro”, apoiando o real.No campo das recomendações, analistas do JPMorgan cortaram a recomendação das ações da MRV (MRVE3) para “neutra” ante “overweight” (equivalente a “compra”) e reduziram o preço-alvo dos papéis de R$ 16 para R$ 9, o que fez as ações caírem 1,33%, enquanto elevaram a classificação de Tenda (TEND3) para “overweight” ante “neutra”, mas cortaram o preço-alvo de R$ 17 para R$ 16 – as ações dispararam 4,76%, em dia também de prévias operacionais. No relatório enviado a clientes hoje, reiteraram Cyrela (CYRE3) como sua ação preferida entre as construtoras, como “overweight” e elevando o preço-alvo de R$ 30 para R$ 32 – ações subiram 2,39%.Mas o investidor segue com preocupações em torno de Petrobras (PETR4), que mais uma vez oscilou, trocou de sinais e se definiu nos leilões – dessa vez, com mais 0,26%. As incertezas em relação à distribuição de dividendos extraordinários derrubaram as ações no mês passado, levando o papel a perder boa parte dos ganhos que vinha acumulando em 2024. Além disso, a possibilidade de troca de CEO, que eclodiu na semana passada, foi mais um fator de pressão negativa sobre as ações da companhia. Mas a tendência seg