Funcionários tentam impedir que Caixa transfira loterias para subsidiária
Agência da Caixa – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Associações de funcionários da Caixa Econômica Federal enviaram uma carta ao presidente do conselho de administração do banco, o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, pedindo para que os membros do colegiado votem contra a transferência das operações de lotéricas do banco para uma subsidiária. Essa transferência deve ser votada pelo órgão na próxima segunda-feira, 15.
As entidades afirmam, no texto, que a operação ameaça o caráter público da Caixa. Isso representaria uma “terceirização” da operação. E ameaçaria o repasse de recursos das loterias ao governo federal, que os utiliza para financiar políticas públicas. Além de abrir brechas para uma eventual privatização.
“[…] tememos que este seja um passo inicial para uma privatização mais ampla da instituição, o que seria desastroso para os interesses públicos e para a soberania nacional”, diz a carta.
“Diante do exposto, apelamos ao senso de responsabilidade e compromisso com o interesse público de cada membro deste Conselho”, afirmam. “Para que votem contra a proposta de transferência das operações das Loterias da Caixa para a Caixa Loterias.”
O presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Sergio Takemoto, afirma que os objetivos do banco para fazer a mudança organizacional não estão claros.
“O que eles alegam, na nossa visão, não tem fundamento. Eles alegam que a Caixa não tem tecnologia, não tem agilidade, nem produto”, afirma.
A alegação da Caixa é que ao criar uma empresa específica para as loterias, o banco conseguirá implementar novos produtos de forma mais ágil.
Hoje, as loterias estão consolidadas no balanço do banco. No ano passado, arrecadaram R$ 23,4 bilhões, um crescimento de 0,9% em relação a 2022. Deste total, R$ 9,2 bilhões foram para os programas sociais do governo federal.
Além da arrecadação, as loterias são parte fundamental da rede de atendimento do banco. Isso, porque prestam serviços bancários da Caixa. Em dezembro passado, existiam 13,3 mil lotéricas espalhadas pelo País. O número de agências físicas, para efeito comparativo, era bem menor, de 3,4 mil.
A Fenae é uma das entidades que assinam a carta, junto com a Federação Nacional das Associações de Gestores da Caixa Econômica Federal (Fenag). Também assinaram a Associação Nacional dos Advogados da Caixa Econômica Federal (Advocef) e, a Associação Nacional dos Auditores Internos da Caixa Econômica Federal (Audicaixa).
Além delas, o texto contou a participação e assinatura da Associação Nacional dos Engenheiros, Arquitetos e Administradores de Rede (Aneac). E, por fim, a Social Caixa e a Associação Nacional dos Avaliadores de Penhor da Caixa Econômica Federal (Anacef).
Takemoto critica ainda o modelo de busca de parceiros de operação no setor pri