Comunicados do G20 sobre taxação de super-ricos podem sair em julho e novembro, diz Haddad
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que há expectativa de que comunicados da posição do G20 com relação a taxação de super-ricos sejam divulgados em julho ou em novembro deste ano.De acordo com o chefe da economia brasileira, as propostas dependem de debate com os outros membros do bloco além de esforço político para que a medida ocorra.“Nós podemos, em julho e depois em novembro, soltar um comunicado político com o sentimento dos 20 países membros dizendo que sim, essa proposta pode ser analisada, tem procedência e vale apena nos próximos anos nos debruçarmos sobre ela”, disse Haddad em coletiva de imprensa após evento promovido em parceira com o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, para discutir tributação internacional, ocorrido nesta quarta-feira (17), em Washington, D.C. De acordo com Haddad, representantes de países africanos relataram dificuldade em combater a pobreza e a fome no ambiente atual em que o serviço da dívida e o espaço fiscal consome todos os recursos de países que já têm renda baixa.Por isso, a proposta precisa ter uma “moldura financeira” para que seja eficaz.Haddad ainda defendeu a necessidade de uma cooperação internacional para evitar “uma guerra fiscal internacional”.A expectativa é de que seja construída uma proposta com embasamento técnico baseada na experiência de quem estuda esse tema há muito tempo e que tenha a chancela do G20 para também se tornar um pilar da OCDE.Embora Haddad garanta que a proposta tem apoio dos países do bloco, ponderou que se trata de “uma construção política que se faz com tempo”.“É muito difícil, neste momento, eu prever o resultado final de um comunicado que está sendo construído”, disse.O ministro acrescentou que seria desrespeitoso com os outros países antecipar “expectativas que estão sendo dialogadas com cada membro”.“O fato da França estar nessa mesa conosco é muito significativo, pelo peso da França na Europa e no cenário global, é um apoio muito importante”, afirmou.“Certamente vai inspirar outros países mundo afora a se somar a esse esforço. Não estou falando nada fora da razoabilidade ou que conflite com as ideologias conhecidas de quem quer construir um mundo melhor”, pontuou.