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Calotes no campo se transformam em problema para fiagros da Galapagos e da Vectis 

Colheita de soja. Foto: Alex Silva/Estadão Conteúdo

Entre os Fiagros que sofrem com calotes dos produtores rurais, dois chamam mais a atenção do mercado neste momento. Tanto pelo tamanho da carteira inadimplente quanto pelo volume de cotistas envolvidos.
São eles o VCRA11, da Vectis Gestão, e o GCRA11, da Galapagos Capital, duas gestoras de São Paulo que ingressaram no nicho logo que os fundos de investimentos de agronegócio foram regularizados no Brasil, em 2021.
O da Galapagos, aliás, foi o primeiro Fiagro a ser lançado no Brasil.
Tem hoje 8.327 cotistas e patrimônio de R$ 166 milhões.
Assim, cerca de 25% desse montante está neste momento inadimplente. Exatamente por isso, o fundo amarga nos últimos 12 meses desvalorização de 29,09%.
Dessa maneira, três emissores deram calote nas dívidas contraídas com a Galapagos. A Elisa Agro, da família fundadora da incorporadora Mitre (MTRE3), é um deles. A empresa está em recuperação judicial.
A Elisa Agro é hoje uma das maiores empresas de agricultura irrigada do Brasil.
Opera em Goiás e produz soja.
Segundo Felipe Solzki, sócio e gestor da Galapagos Capital, a queda nos preços da commoditie no final do ano passado impactaram os negócio do grupo. Assim, apesar de terem ativos para liquidar, optaram pela recuperação judicial.
“A gente tem garantias a executar. Estamos trabalhando nisso”, diz ele.
O problema da gestora, nesse caso, é que a Elisa Agro interrompeu o pagamento de um CRA de R$ 300 milhões.
Desse dinheiro, a Galapagos tem participação pequena, de apenas R$ 14 milhões. O grosso da dívida estaria hoje com os bancos Bradesco, Santander e ABC. São eles, nesse caso, e não a gestora, que dão as cartas na negociação.
Além da empresa da Mitre, a família Castilho, da Bahia, prorrogou o prazo para a amortização de um CRA, que reponde por 11% do fundo.
Felipe Solzki diz que o produtor tinha patrimônio para liquidar a dívida.
O próprio gestor conta que chegou a se envolver no processo, conversando com um comprador interessado. Na hora de fechar o negócio, a família Castilho teria desistido.
“Ele não quer se desfazer dessa fazenda. Era uma fazenda que ia resolver todo o endividamento dele, questões de liquidez de curto prazo. E como ele não vendeu, a gente pediu o vencimento antecipado da operação”, diz.
O assunto corre na Justiça.
“Foram operações que foram aprovadas quando o preço de soja estava mais alto. A gente tem uma análise de crédito bastante sólida. E, nesses casos, a gente realmente não mapeou esse cenário de stress”, destaca.
“Poderíamos ter sido mais conservadores e não teríamos aprovado essas operações”, diz o gestor.
Outra gestora que vive seu inferno astral neste momento é a Vectis, dona do VCR11, ou Vectis Datagro Crédito Agronegócio.
O fundo tem 9.624 cotistas e acumula desvalorização de 36,18% nos últimos 12 meses. É um dos Fiagros mais descontados do  

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