Casas Bahia faz pedido de recuperação extrajudicial; mercado vê com bons olhos
A rede de varejo Casas Bahia anunciou na noite de domingo (28) que fez um pedido de recuperação extrajudicial, citando dívidas de R$ 4,1 bilhões e que já conta com apoio de credores detentores de 55%.A decisão do pedido de recuperação extrajudicial foi avaliada positivamente por analistas, que veem na operação um alívio para o caixa da rede de varejo, bem como uma oportunidade de a empresa focar no seu plano “transformacional”.As ações da companhia respondiam a essa percepção com um salto de 20,4%, a R$ 6,55, por volta das 12h10, melhor desempenho entre os papéis do Ibovespa, que subia 0,28%. No ano, porém, ainda acumulam uma perda de mais de 40%.“A medida traz uma importante margem de manobra para os fluxos de caixa de curto e médio prazo da Casas Bahia e, até certo ponto, diminui os riscos de preocupações com liquidez”, afirmaram os analistas do Bradesco BBI em relatório a clientes considerando a decisão como algo “muito positivo”.“Acreditamos que a administração da empresa pode agora ter um foco maior e fazer um esforço maior na execução do seu plano de transformação sem a distração de resgates significativos de caixa que acontecem no curto prazo”, acrescentaram Pedro Pinto e equipe nos comentários enviados nesta segunda-feira.O montante de R$ 4,1 bilhões em dívidas citado no pedido envolve determinadas emissões de debêntures “e certas CCBs emitidas junto a instituições financeiras”. O plano não inclui dívidas operacionais com fornecedores e parceiros e não impacta trabalhadores ou clientes.A estratégia prevê o alongamento de amortização de dívida, incluindo carência de 24 meses para pagamento de juros e de 30 meses para pagamento de principal. Além disso, inclui a possibilidade de credores apoiadores converterem parte de dívida em participação na empresa.Segundo a Casas Bahia, o “reperfilamento” da dívida preservará cerca de 4,3 bilhões de reais no caixa da companhia nos próximos quatro anos. Além disso, o prazo médio da dívida sairá de 22 para 72 meses, com redução de 1,5 ponto percentual no custo médio.Os analistas do Safra também afirmaram que a notícia é positiva em termos de fluxo de caixa, mas ponderaram que, apesar da redução no custo, o pagamento total de juros subirá substancialmente — de 971 milhões para 2,397 bilhões de reais — impactando o fluxo de caixa futuro.Em relatório a clientes, Vitor Pini e Tales Granello acrescentaram que a administração terá chance e tempo para focar no seu “turnaround” e avaliam que a empresa deve lançar um FIDC em breve, o que proporcionará a chance de aumentar as vendas com mais crédito a ser concedido aos clientes.A expectativa é que o plano seja homologado em até 40 dias, já que a empresa tem o apoio de credores que detêm cerca de 55% da dívida elencada no processo, disse o presidente-executivo da Casas Bahia, Renato Franklin, em apresentação a analistas.Com o fôlego adicional em flu