Tesouro 6% acima da inflação vai se manter em maio? Especialistas respondem
Tesouro IPCA + 6% chama a atenção dos investidores e entraram na lista das recomendações dos analistas
A probabilidade de a taxa aumentar ainda mais existe, mas é possível prever que em até quatro anos ela caia
Títulos IPCA com vencimento em 2029 estão pagando melhor em relação aqueles com vencimento em 2045
Em abril, os títulos do Tesouro IPCA + 6% chamaram a atenção dos investidores e entraram na lista das recomendações dos analistas. Seis pontos de rendimento acima da inflação se mostram atrativos em relação ao histórico do papel, mas será que esse nível de rentabilidade se segura?Leia tambémO mercado indica que essa é a hora de aproveitar e as estatísticas confirmam que momentos como esse são raros. “A probabilidade de um título subir patamares superiores a 6% é de cerca de 10% das vezes”, informa o diretor de Educação e Certificação da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais do Brasil (Apimec Brasil), Marco Saravalle, apontando o histórico das últimas décadas.“Este é um momento oportuno para se posicionar nos títulos em inflação“, diz Gustavo Saula, analista de Investimentos no Solutions MFO, do Grupo SWM. “Entretanto, o investidor deve ter cuidado para não ir com muita sede ao pote”, alerta.PublicidadeInvista em oportunidades que combinam com seus objetivos. Faça seu cadastro na Ágora InvestimentosA cautela se justifica pelos motivos que sustentam os juros reais (acima da inflação) nos 6% – e a conjuntura pode exigir taxas ainda mais altas. Quem comprou o título no início do ciclo pensando em ganhar na venda do título no curto prazo, na chamada marcação a mercado, está vendo o ativo desvalorizar. Isso acontece porque o governo vem emitindo novos títulos com taxas mais altas para compensar a inflação, tornando os títulos antigos menos atrativos no mercado secundário.Saravalle diz que a probabilidade de a taxa aumentar mais existe, mas que, olhando em retrospecto, é possível prever que ela caia em até quatro anos. “A chance de o investidor que não vai carregar o título até o vencimento, de ganhar dinheiro na janela de 18 a 24 meses, é muito alta”, comenta.Antônio Sanches, analista da Rico, acredita que a taxa acima dos 6% vai continuar no curto prazo “para a maioria dos vencimentos”. E isso tem a ver com os juros nos Estados Unidos e a política monetária no Brasil. Em abril, as taxas dos títulos de renda fixa em inflação subiram de maneira expressiva, ainda por causa das incertezas sobre o início do ciclo e da intensidade dos cortes de juros nos EUA.Com a economia americana rodando na alta e com o mercado de trabalho forte, o Fed (o Banco Central do EUA) precisa manter os juros mais altos por lá para segurar a inflação. Outro fator que ajuda a postergar o início do cortes de juros nos EUA são as eleições presidenciais deste ano. “O Fed não gosta de iniciar um movimento de juros durante uma campanha,