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Os bastidores da Tupinambá, uma startup de infraestrutura para carros elétricos

Depois de rodar pouco mais de 160 quilômetros entre as cidades de Tremembé e São Paulo, o carro elétrico de Davi, um modelo com 400 km de autonomia, começou a dar sinais de que ficaria sem carga. Acostumado a fazer o trajeto que liga sua casa, no interior do estado, até o escritório, na capital paulista, Davi acabou se distraindo e deixou de observar o nível da bateria. Quando percebeu a situação, achou que dava para arriscar e prosseguiu (quem nunca?). Mas viu o carro empacar no meio do movimentado túnel do Anhangabaú, na região central da cidade. Concluiu a viagem num guincho.A história seria trivial se não tivesse como personagem Davi Bertoncello, CEO e cofundador da Tupinambá, uma empresa de tecnologia e gestão de estações de recarga de veículos elétricos. Ele conta o episódio para ilustrar dois pontos que estão na base do seu negócio: a autonomia dos carros elétricos e a utilidade de um aplicativo como o que a Tupinambá oferece.A startup, fundada em 2019, atua no que é o ponto nevrálgico do mercado de veículos eletrificados atualmente: a oferta de pontos de recarga. Hoje, há cerca de 7.500 pontos de recarga catalogados em todo o país, sendo que quase 5 mil deles estão em operação – o restante está em manutenção, fora do ar ou em validação.Todos os 5 mil pontos de carregamento ativos aparecem no app. Alguns pontos oferecem a recarga de forma gratuita, como uma forma de atrair público. Outros cobram pelo serviço.A Tupinambá tem acordos comerciais com 120 clientes – postos de combustível, bancos, hipermercados, shoppings –, que operam aproximadamente 600 pontos de recarga. Nesses casos, o app mostra se o carregador está livre ou ocupado (algo fundamental, já que uma recarga pode levar horas). E o pagamento, se necessário, pode ser feito diretamente pelo app. Além disso, a depender do contrato fechado com os clientes, a empresa presta o serviço de manutenção do software dos carregadores.Até dezembro de 2023, a empresa também detinha uma rede composta por 200 pontos de recarga, que foi vendida para a Raízen. O negócio, cujo valor não foi revelado, foi estratégico: em vez de competir com a gigante, dona da bandeira Shell no Brasil, agora a relação é de parceria. E isso abriu as portas para um número muito maior de estabelecimentos em potencial, a começar pelos 7,3 mil postos Shell. “Ninguém quer fazer negócio com um rival. Nossa estratégia é ser um capacitador tecnológico para levar pessoas a fazerem a recarga”.No Brasil, a relação entre oferta e demanda está em 13 carros por carregador. Nada mal se comparada à dos Estados Unidos, onde a média é de 14 carros por carregador, e à Europa, onde a relação é de 10 para 1. A diferença é que a frota eletrificada aqui ainda é minúscula. São 11 mil carros puramente elétricos, contra 2,4 milhões nos EUA, por exemplo.Para Bertoncello, que também é diretor da ABVE, a infraestrutura de recarga é, de fato, o calca  

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