Reconhecimento de Estado palestino por países europeus aprofunda isolamento de Israel
PublicidadeJá sob pressão pelo número cada vez maior de vítimas da guerra em Gaza, Israel ficou ainda mais isolado internacionalmente nesta quarta-feira (22), após três países europeus romperem com seus principais parceiros da UE e decidirem reconhecer um Estado palestino.Descrita por um porta-voz do governo israelense como “obscena”, a decisão terá pouco impacto prático nas ruínas de Gaza ou na ocupada Cisjordânia. Espremida por Israel e sem dinheiro, a Autoridade Palestina na Cisjordânia sofre para pagar seus próprios funcionários públicos.O movimento desses países ocorre após um constante acúmulo de problemas, desde os alertas de Washington de que reteria armas caso a guerra em Gaza continuasse, sanções contra colonos violentos, e acusações de genocídio diante da Corte Internacional de Justiça até um possível mandado de prisão para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu no Tribunal Penal Internacional.Continua depois da publicidadeNetanyahu é contrário, há muito tempo, à chamada solução de dois Estados e sua resistência cresceu desde que ascendeu ao governo com um grupo de partidos religiosos nacionalistas de extrema-direita no fim de 2022.Seu governo continua profundamente desconfiado da Autoridade Palestina, estabelecida três décadas atrás pelos acordos interinos de paz de Oslo, acusando-a de ações hostis como pagar famílias de militantes armados mortos por forças israelenses ou encorajar o antissemitismo em livros escolares.O próprio Netanyahu descreveu a decisão dos três países como um “prêmio ao terrorismo” e disse que um Estado palestino “tentaria repetir o massacre de 7 de outubro várias vezes”.Continua depois da publicidadeO comentário destaca como está amargo o clima em torno da guerra em Gaza e o quão distantes parecem as perspectivas de um acordo político baseado na existência de um Estado palestino independente ao lado de Israel, com as negociações de paz aparentemente bloqueadas e com poucas esperanças.Além de chamar de volta seus embaixadores de Oslo, Madri e Dublin, o Ministério das Relações Exteriores convocou os embaixadores norueguês, irlandês e espanhol em Israel para assistirem imagens de vídeo do ataque a Israel por homens armados liderados pelo Hamas em 7 de outubro.Laura Blumenfeld, analista do Oriente Médio na Johns Hopkins School for Advanced International Studies, em Washington, disse que a decisão dos três países foi “diplomaticamente ousada, mas emocionalmente surda e improdutiva”.Continua depois da publicidade“Para os israelenses, isso aumentará a paranoia, reforçando o argumento de Netanyahu de que os israelenses estão sozinhos”, disse ela. “Para os palestinos, isso aumenta falsamente as expectativas, sem definir um caminho para a realização de sonhos nacionais legítimos.”Para Netanyahu, que luta para manter unida uma frágil coalizão em tempos de guerra e é amplamente responsabilizado em Israel pelo desastre de 7 de