Worldcoin: vale a pena investir na cripto que valorizou 200%?
Worldcoin propõe a distribuição de criptomoedas em troca do escaneamento da íris dos usuários. (Foto: Freepik)
Lançada em junho de 2023 por Sam Altman, fundador do ChatGPT e OpenAI, a Worldcoin (WLD) tem chamado atenção pela valorização nos últimos meses. A WLD é a criptomoeda nativa de um projeto que busca criar uma identidade única e global de um jeito curioso: escaneando a íris e gerando identificações únicas para cada pessoa.
Além da posse da criptomoeda em troca do escaneamento, os usuários ainda ganham o direito de voltar em decisões futuras do projeto. Ou seja, ele funciona como um token de governança. Com essa verificação de íris dos usuários, os criadores da Worldcoin deixam claro que o objetivo é criar um programa de renda básica universal.
Em fevereiro deste ano, a criptomoeda chamou atenção depois de disparar 200%. A alta expressiva aconteceu na mesma época em que a OpenAI anunciou seu programa de geração de vídeos por inteligência artificial.
Como um dos objetivos da Worldcoin é permitir um programa de renda básica universal para todos os habitantes do mundo, os criadores do projeto apostaram em ações em diversas grandes cidades. Um dos pontos de distribuição da cripto, inclusive, já passou pelo Brasil, em São Paulo.
Depois de baixar um aplicativo e fazer um cadastro, os usuários precisavam ir a um “orb” físico, uma esfera futurística que escaneia o globo ocular e cria uma espécie de identidade digital.
Em troca, recebiam unidades de WLD. De acordo com os criadores da cripto, as imagens dos olhos não ficam armazenadas.
O que permanece, segundo eles, é apenas uma mensagem contendo o código da íris para validar a individualidade.
O projeto tem gerado desconfiança pelo mercado, que levantam implicações éticas e possíveis riscos dessa coleta de dados. Em março deste ano, a Agência de Proteção de Dados da Espanha (AEPD) suspendeu todas as operações da Worldcoin envolvendo a obtenção e tratamento de dados no país. De acordo com as autoridades, a decisão veio depois de “diversas reclamações” sobre o tratamento de dados pela empresa.
De acordo com Valter Rabelo, head de ativos digitais da Empiricus Research, a Worldcoin levanta alguns pontos de atenção.
Um deles é que, segundo o próprio time do projeto, não existe uma relação formal entre a criptomoeda e a Open AI e outros negócios de Sam Altman.
Além disso, alguns investidores do projeto têm ligações com a FTX e Three Arrows Capital, marcadas por grandes crises no passado.
“Um dos grandes problemas do token é que, quem está comprando, tem uma grande chance de ser diluído. Só existe 1% da oferta de Worldcoin circulando no mercado em relação a oferta total. Então como investimento, acredito que não vale a pena” ressalta o especialista.