Crescer ou pagar dividendos? JSL (JSLG3) fará ambos, afirma executivo da companhia
Guilherme Sampaio é diretor financeiro e de relações com investidores da JSL
A JSL (JSLG3) deve ser para o investidor uma história de crescimento acelerado ou um modelo clássico de boa pagadora de dividendos?
“Os dois”, resume o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Guilherme Sampaio.
Maior transportadora rodoviária do país, a companhia está concentrada num ciclo acelerado de aquisições (foram oito nos últimos três anos).
Assim, os resultados desse processo devem vir a partir do segundo semestre de 2024, na forma de ganho de eficiência, margens e redução do endividamento, disse o executivo.
Uma parte desse trabalho envolve realinhar contratos das empresas adquiridas para o padrão da companhia, para acordos de longo prazo, que garantem maior estabilidade das receitas. É o que está em marcha com uma das aquisições mais recentes, a IC Transportes.
“A JSL está mais diligente na precificação desses contratos e flexível o suficiente para ajustar seu escopo, se necessário”, afirmou o BTG Pactual em relatório.
Aliás, cerca de 90% do negócio da JSL (JSLG3) é baseado em contratos de longo prazo que têm duração média superior a quatro anos.
De janeiro a março, a companhia assinou R$ 1 bilhão em novos contratos, montante 15% superior ao de um ano antes.
Nesse processo, a companhia conseguiu triplicar a receita bruta (atualmente de cerca de R$ 10 bilhões em termos anualizados) nos últimos três anos e também quadruplicar o resultado operacional medido pelo Ebitda, de R$ 1,6 bilhão, também anualizando os resultados do primeiro trimestre.
Isso, na esteira dos desafios dos últimos anos, com os efeitos da pandemia, inflação e juros altos, com destaque para os preços dos combustíveis.
“Hoje já temos uma base de resultado operacional adequada. Agora entra a parte de traduzir isso para lucro”, disse Sampaio.
“Vamos ter uma desalavancagem (financeira) natural, reduzindo o custo da dívida”, acrescentou ele.
Para evitar ficar dependente às flutuações do mercado mais abrangente de transporte de cargas, a JSL vem se concentrando em mercados mais especializados.
Nesse sentido, um dos principais projetos em andamento é a operação logística do projeto Cerrado, da Suzano (SUZB3), que terá a maior fábrica de celulose do mundo no Mato Grosso do Sul.
Fundada em 1956 pelo imigrante português Julio Simões para transportar produtos hortifruti entre São Paulo e Rio de Janeiro, a JSL é hoje parte da holding Simpar (SIMH3), que inclui também a locadora de carros e administradora de frotas Movida (MOVI3) e a Vamos (VAMO3), de caminhões e máquinas pesadas.
A partir de 2011, deu uma guinada pró-diversificação. Primeiro, com um braço de armazenagem de alimentos.
Ou seja: passou a não depender apenas do transporte rodoviário padrão.
Depois, entrou no transporte de carros (cegonhas), de produtos químicos, de máquinas pesadas e até