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Por que a Faria Lima ainda não incorporou mudanças climáticas nos investimentos?

Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG Pactual. Foto: Divulgação

As enchentes no Rio Grande do Sul acenderam um alerta no mercado financeiro de que eventos extremos, como inundações, El Niño e outros precisam ser antecipados nas análises de investimento, dizem gestores e economistas ouvidos pela Inteligência Financeira.
Recentemente, alguns nomes do mercado analisaram como o clima precisa estar mais presente nas análises de risco. À Inteligência Financeira, Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG, afirmou que “falta ao setor privado incorporar eventos climáticos e o que eles causam”.
No evento da Converge Capital Conference, da Brazil Climate Week, investidores se reuniram para debater oportunidades na área de ESG (Governança Social e Ambiental, em inglês). Firmas como Julius Baer, Constellation, BTG e mais, com bilhões sob custódia, sentaram para discutir o impacto climático em carteiras de milhões de investidores.
O consenso entre especialistas é de que o mercado financeiro ainda não incluiu o risco do clima na roda. Seja na concessão de seguros, crédito, diversificação de carteira e, na ponta final, valor dos ativos onde aporta.
Nesse sentido, as enchentes do Rio Grande do Sul acenderam um alerta, dizem.
Resgate de vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul. Foto: Gustavo Mansur/Palácio PiratiniMansueto Almeida, do BTG, defende que a recorrência dos eventos causados por mudanças climáticas será cada vez maior.
“Eventos como por exemplo uma quebra de safra. É uma coisa que se tornou quase que recorrente. Então, precisamos melhorar a previsão desses modelos climáticos e colocar inclusive nos modelos de crédito do sistema financeiro”, afirmou.
Para Tiago Gomes, gestor de portfólio da Fama.re Capital, o mercado “ainda não faz a distinção entre eventos climáticos”.
“Existem eventos estruturais ou cíclicos. Essa distinção é importante porque podemos saber qual terá uma frequência maior no futuro”, diz.
De acordo com Gomes, esse cálculo é “chave” para medir o real valor de empresas. “Queimadas na Califórnia se tornaram mais frequentes, por exemplo. Assim, as seguradoras estão começando a se preparar, pois isso afeta a sinistralidade e, na ponta, os resultados financeiros.”
A Fama.re montou o fundo com empresas da bolsa de valores que procuram “descarbonizar” a cadeia de produção. E já atraiu uma companhia de agronegócio listada na B3.
Por enquanto, a falta de tração de uma agenda ambiental dentro do mercado financeiro no Brasil tem dois motivos, apontam os especialistas.
O primeiro é o prazo de conclusão de investimentos relacionados a mudanças climáticas. A percepção é de que teses ligadas ao ESG demoram mais para “amadurecer” e compensar a taxa de risco do capital.
“Clima é algo percebido como de longíssimo prazo”, destaca Gomes. “Esse tipo de prazo assusta em um país de volatilidade alta”, ele cit  

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