PIB do 1º trimestre surpreende e mantém projeções otimistas para 2024
Crescimento do PIB no primeiro trimestre surpreendeu mercado. Foto: José Paulo Lacerda/CNI
O PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre de 2024 superou expectativas do mercado financeiro e reforçou projeções mais otimistas de economistas para o crescimento da economia brasileira em 2% até o final do ano.
Entre janeiro e março, a economia expandiu 0,8%, apoiada no forte consumo das famílias, serviços e também investimentos. O resultado levou o banco Goldman Sachs a aumentar a projeção do PIB real de 2024 de 1,9% para 2,1%.
A queda da Selic de 13,25% para 10,50% entre agosto de 2023 e maio deste ano levou a uma participação maior dos investimentos no PIB.
Claudia Moreno, economista do C6 Bank, afirma que a taxa de juros “deixou de atrapalhar parte” da Formação Bruta de Capital Fixo, que cresceu 4,1%. O BNP Paribas espera um ano de maior contribuição de investimentos no PIB.
Para economistas, o resultado do PIB do primeiro trimestre reforça projeções de crescimento do PIB de 2024 de 2% ou mais.
Dados da produção da economia brasileira vieram acima do consenso formado por analistas, de 0,7%. Assim, é esperado que alguns dos principais setores que puxaram o crescimento da economia entre janeiro e março continuem a ter efeito positivo no PIB pelo resto de 2024.
Para Laiz Carvalho, economista do BNP Paribas, o crescimento do Consumo das Famílias, de 1,5%, é um desses propulsores, assim como o crescimento de Serviços. Entre janeiro e março, o setor expandiu 1,4%.
“O Consumo das Famílias vai acabar suportando o crescimento durante o ano inteiro”, diz. Além do consumo, a Formação Bruta de Capital Fixo (investimentos) se recuperou no primeiro trimestre, com aumento de 4,1% ante 0,5% no primeiro trimestre de 2023.
“Temos a visão de que o investimento terá um desempenho melhor neste ano do que no ano passado. Então tivemos boas surpresas, e isso vai acabar fazendo com que não mudemos nossa projeção de PIB para o ano”, afirma a economista.
O Itaú afirma que o PIB do primeiro trimestre “veio próximo da expectativa” do banco.
Na visão da equipe do economista-chefe Mário Mesquita, o resultado foi construído em grande parte pelo “consumo resiliente e recuperação do investimento”.
O Itaú afirma que o aumento da renda advém do mercado de trabalho aquecido, pagamentos de precatórios e benefícios sociais vinculados ao salário mínimo.
Além disso, “a queda das taxas de juros” contribuiu para o forte crescimento do PIB nos primeiros três meses do ano. O Itaú, assim, projeta um crescimento do PIB de 2,3% para 2024. Mas ressalta que “ainda não incorporou os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul”.
O mercado, contudo, explica que os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul devem trazer impactos negativos para o PIB no segundo trimestre.
Apesar de rever a projeção do PIB real do Brasil em 2024 para cima, o Goldman Sachs pondera que “