Milei diz que parte do Congresso argentino deseja destruir o equilíbrio fiscal
PublicidadeA aprovação na madrugada desta quarta-feira pelos deputados argentinos de uma nova forma de cálculo dos reajustes de pensões e aposentadorias gerou novo atrito entre o governo de Javier Milei e o Congresso. Irritado, o presidente foi às redes sociais para anunciar que não vai desistir do ajuste fiscal proposto e que irá vetar qualquer decisão parlamentar que vá contra esse objetivo.“Uma parte do Congresso mostra um desejo sistemático de destruir o equilíbrio fiscal, o que leva à perda de valor dos títulos e, assim, aumenta o risco-país e a taxa de juro. Se cedermos às ilusões políticas, a inflação regressará e continuaremos no caminho da decadência que iniciamos há um século e que nos empobreceu brutalmente”, escreveu no X.O jornal Ámbito Financiero destaca que Javier Milei ainda não conseguiu atingir uma posição de força junto ao Congresso. Isso ficou claro na rejeição do decreto DNU 70/2023 no Senado e no sucateamento da Lei de Bases, culminando agora com a aprovação pela Câmara dos Deputados da nova fórmula de aumento de aposentadorias.Continua depois da publicidadeLeia tambémQuem também foi às redes sociais para criticar o Congresso foi a ministra da Segurança, Patricia Bullrich, ex-candidata à presidência e uma das mais alinhadas à causa libertária. “Juntos para falir o Estado e empobrecer os aposentados e suas famílias. Nem um passo atrás. 100 anos de progresso ou vida em declínio. O povo já escolheu!”, escreveu no X.O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, destacou que a Câmara concedeu a si mesma um aumento em seus salários e agora deu meia sanção a um projeto de lei que tenta destruir as contas públicas, além de se recusar a eliminar as aposentadorias de privilégio. “O nível de dissonância com o bom senso é astronômico”, concluiu.Continua depois da publicidadeEnquanto governo e oposição se digladiam, ações na Bolsa e os títulos em dólar estendem o mau-humor observado ontem, uma vez que as incertezas econômicas em nível global se soma aos problemas políticos em nível local. Os ADRs argentinos chegaram a cair até 8% ontem e o S&P Merval medido em dólares caiu para o seu nível mais baixo desde abril, enquanto o risco-país subiu para o seu nível mais alto desde março.