JBS (JBSS3): com projeções, empresa eleva visão já positiva e ação sobe 1,6%
A JBS (JBSS3) divulgou sua orientação para o ano fiscal de 2024, após solicitação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O frigorífico prevê receita de US$ 76,5 bilhões e Ebitda (lucro antes de juros, impotos, depreciação e amortização) ajustado de US$ 6,25 a 6,75 bilhões, o que implica uma margem de 8,2 a 8,8%.
Com base em uma taxa de câmbio média de R$ 5,60 durante o segundo semestre de 2024, a projeção se traduz em receita de R$ 409,4 bilhões e Ebitda de R$ 33,4 a 36,2 bilhões. Nesta terça-feira (17), a ação do frigorífico subiu 1,61%, a R$ 34,13.
O JPMorgan vê o impulso dos lucros da JBS como ainda positivo no segundo semestre de 2024, sustentado pela melhoria das margens da Seara, forte demanda por carne suína nos EUA e melhor mix de vendas, disponibilidade sólida de gado na Austrália, real mais fraco e menores custos de ração. Diante disso, acredita que o anúncio da projeção reforça sua visão otimista com a companhia.
Já o Goldman Sachs revisou sua previsão de Ebitda em mais 6%, apoiada tanto por um crescimento mais forte quanto por uma melhor rentabilidade – ventos favoráveis que o banco atribui principalmente ao câmbio, frango e carne suína dos EUA.
O Bradesco BBI, por sua vez, comenta que a orientação implica em uma receita trimestral de US$ 19,6 bilhões durante o segundo semestre, acelerando ainda mais em cima do forte desempenho do segundo trimestre e em linha com os dados mais recentes que sugerem que os preços das proteínas estão subindo ou pelo menos apoiados nos últimos meses. Nesse contexto, o BBI espera que as divisões de aves da firma continuem a ser responsáveis pela maior parte da expansão da receita líquida.
Em termos de Ebitda, a equipe do BBI vê as projeções como muito conservadoras, uma vez que ficariam no limite inferior do guidance, traduzindo em Ebitda de US$ 3,1 bilhões no segundo semestre, com uma margem de 7,8%.
Exceto pela carne bovina nos Estados Unidos (onde o ciclo negativo deve manter o ímpeto dos resultados contido) e pela carne suína nos Estados Unidos (que já apresentou um 1S24 bastante forte), o BBI espera que as margens da firma melhorem ainda mais no segundo semestre.
Já o Índice de alavancagem deve se aproximar de 2 vezes até o final do ano de 2024, segundo o BBI. O banco explica que “dependerá de como os spreads, principalmente nas unidades de aves, se comportarão ao longo do 4T24”. Mas, dado o que parece ser uma forte taxa de execução na margem e preços que não mostraram sinais materiais de fraqueza, o BBI acredita que o limite superior da orientação da JBS parece bem ao alcance.
Embora espere que as margens de aves caiam do pico atual no próximo ano, dadas as restrições de fornecimento, seja devido à disponibilidade de material genético ou desafios no manejo dessas aves em toda a cadeia de produção integrada, o BBI acredita que o ritmo de normalização das margens deve ser lento. “O aperto no fornecimento global de carne bovina só aumenta isso”, destacam analistas.
Apesar do desempenho das ações no acumulado do ano, a JBSS3 está sendo negociada a 5 vezes o múltiplo EV (valor da firma)/Ebitda 2025, 7% abaixo de sua média histórica e também abaixo de seus pares, o que BBI considera injustificado.
Com relação as recomendações, o Goldman Sachs manteve recomendação de compra para as ações da JBS, com um novo preço-alvo de 12 meses de R$ 40,3 (aumento de 1% em relação aos R$ 39,9 anteriores) com base em uma avaliação por soma das partes calculada usando múltiplos EV/EBITDA (inalterados) para os componentes. A alteração do preço-alvo é impulsionada por um Ebitda mais alto.
O JPMorgan também reiterou recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 43, enquanto o BBI manteve recomendação de compra e elevou o preço-alvo de R$ 43 para R$ 46 ao final de 2025.
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Author: Felipe Moreira