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Muito além da poupança: investidores precisam descobrir alternativas para maximizar rendimentos

O saldo da poupança, um dos principais indicadores da economia doméstica brasileira, permaneceu acima de R$ 1 trilhão nos últimos três meses. Isso é fruto, em parte, da nossa conhecida cultura de poupança, mas há sinais também de mudanças macroeconômicas: dados do Banco Central (BC) indicam que o estoque em agosto de 2024 está entre os oito maiores já registrados.

Histórico da poupança

O fluxo de depósitos e retiradas na poupança brasileira entre 2020 e 2024 ajuda a contar a história da nossa economia nos últimos anos. Durante a pandemia de covid-19, esse investimento cresceu devido à busca por segurança financeira. Contudo, a partir de 2021, com a elevação da taxa Selic, as retiradas começaram a superar os depósitos.

Isso se deve a dois motivos principais: a busca por investimentos mais rentáveis, como fundos de renda fixa, e a necessidade de muitos brasileiros de retirar recursos para cobrir compromissos monetários, já que o custo de vida encareceu.

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Em 2022 e 2023, com a Selic elevada, a poupança ficou menos atraente. Mesmo com inflação sob controle, as retiradas continuaram a superar os depósitos, o que se aprofundaria ao longo de 2024.

Mudança de rumo?

Apesar desse histórico pós-pandemia, os números de agosto deste ano sinalizam uma possível inversão de tendência. No mês passado, as retiradas atingiram R$ 4,087 trilhões, enquanto os depósitos somaram R$ 4,075 trilhões – uma diferença pequena, portanto. Tal comportamento sugere que podemos estar à beira de uma nova fase, semelhante ao início de 2020, quando os depósitos superavam as retiradas.

O movimento também pode estar associado ao cenário econômico mais estável, com inflação controlada e possíveis ajustes nas taxas de juros, tornando a poupança atraente de novo para investidores mais conservadores. Ainda é cedo para afirmar se essa tendência se consolidará, pois dependemos das condições macroeconômicas e da evolução das taxas de juros nos próximos meses, mas os sinais estão aí.

Poupar ou não poupar? Eis a questão

Esse possível novo cenário, marcado pela busca por segurança e liquidez, gera questionamentos sobre a poupança como principal opção de investimento, especialmente para iniciantes. Embora ela seja uma porta de entrada para o mundo monetário, será que é a melhor alternativa a longo prazo?

A poupança é tradicionalmente vista como uma opção segura para preservar capital com liquidez imediata e isenção de impostos sobre os rendimentos. Mesmo assim, sua rentabilidade tem ficado aquém de outras alternativas.

Desde 2010, a poupança perdeu para o Certificados de Depósitos Interbancários (CDI) em 12 dos últimos 15 anos. Entre 2019 e 2021, com a Selic em níveis historicamente baixos, a poupança foi mais competitiva, mas sua atratividade voltou a cair.

Investidores que buscam maior crescimento patrimonial podem se frustrar ao confiar exclusivamente na poupança. Considerando-se fundos de investimento como os de renda fixa, multimercados e ações, mesmo os iniciantes podem descobrir opções mais rentáveis, ainda que cada uma apresente níveis de risco distintos.

Para quem preza pela segurança, fundos de renda fixa são uma alternativa mais atraente. Eles acompanham de perto o CDI, frequentemente garantindo retornos superiores aos da poupança, especialmente em cenários de alta na Selic.

Esses fundos oferecem uma gama diversificada de títulos, o que possibilita gerir recursos de maneira mais eficiente. Com aproximadamente R$ 3,6 trilhões sob gestão, são uma escolha sólida para investidores que buscam estabilidade com maior rentabilidade.

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Mais riscos, mais recompensas

À medida que investidores ganham experiência, a diversificação torna-se fundamental para melhorar os retornos. Fundos multimercados, com um patrimônio de R$ 950 bilhões, permitem a exposição a diferentes classes de ativos, como renda fixa, câmbio e ações, balanceando risco e retorno.

Já os fundos de ações, com cerca de R$ 450 bilhões sob gestão, são recomendados para investidores que aceitam maior volatilidade em troca de retornos também (potencialmente) maiores. Mesmo para iniciantes, uma pequena alocação em ações pode ser interessante, desde que o investidor se familiarize com as oscilações do mercado.

O papel da educação financeira

Embora existam diversas opções de investimento, muitos brasileiros ainda optam pela poupança simplesmente porque não conhecem as alternativas. Daí a importância da educação financeira para que todos possam fazer escolhas mais estratégicas.

Compreender o risco inerente a cada investimento é o primeiro passo. Investidores conservadores podem preferir fundos de renda fixa, mais estáveis, enquanto aqueles dispostos a correr mais riscos podem explorar multimercados e ações. O importante é saber diversificar, permitindo aumentar retornos e proteger melhor o patrimônio.

Embora a poupança continue sendo uma opção popular entre os brasileiros, especialmente entre iniciantes, o cenário econômico atual exige que os investidores considerem alternativas.

Não é certo que, por puro desconhecimento, parte expressiva da população se veja “presa” à poupança como única alternativa de alocação de recursos. Educação financeira é a chave para emancipar esses investidores, sobretudo os mais jovens, e permitir que busquem para si um futuro monetário mais próspero.

Fonte original
Author: Estadão Conteúdo

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