Abertura de Mercado: Disfarçando as evidências?
Agora que os investidores já conhecem a decisão do Federal Reserve (Fed) e tiveram algumas horas para absorver as mensagens transmitidas pelo presidente de autoridade monetária americana, Jerome Powell, as principais bolsas avançam com vigor, refletindo as expectativas de que o corte de 0,50pp implementado ontem nas Fed Funds protegerá a maior economia do mundo de uma crise –uma pesquisa com assinantes da Bloomberg, por exemplo, mostrou que 75% esperam que os Estados Unidos evitem uma recessão técnica até o final do ano quevem. Como resultado, os índices futuros do Nasdaq e do S&P 500 disparam e caminham para testar novo recorde no mercado à vista.
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Em outros mercados, o dólar se enfraquece contra maioria das moedas, os rendimentos dos Treasuries têm leve baixa, depois de subirem com as apostas de que o movimento agressivo do Fed pode significar menos flexibilização no longo prazo, os contratos futuros do petróleo se valorizam diante das tensões crescentes no Oriente Médio, enquanto os preços futuros do minério de ferro registraram ganhos de 1,69% na madrugada em Dalian, cotados ao equivalente a US$ 97,85 a tonelada.
Esse parece ser um ambiente bastante propício para a tomada de riscos por aqui –e, de fato, o EWZ, principal ETF do Brasil negociado em Wall Street, subia mais de 1,00% no pré-mercado. Além disso, a decisão do Copom de elevar a Selic em 0,25 pp, para 10,75%, conforme esperado, em decisão unânime, aumenta a percepção de controle da inflação e deve contribuir para a retirada de prêmios em excesso da curva de juros. Por outro lado, o Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou ontem um relatório com alerta parao Governo Federal sobre o risco de descumprimento da meta de resultado primário de 2024, a partir da arrecadação proveniente de disputas no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) -o documento aponta que a arrecadação até 6 de agosto de 2024 foi de apenas R$ 83,35 milhões ou 0,22% da estimativa prevista para o ano.
Agenda econômica
Brasil
Destaque para a divulgação dos dados da arrecadação federal em agosto (10h30), que deve ter atingido R$ 201,200 bilhões, após R$ 231,044 bilhões em julho, sustentada pelos recolhimentos advindos das medidas de base fiscal aprovadas pelo Governo no ano passado. Além disso, logo cedo (8h00), foram conhecidos os números do IGP-M do segundo decêndio de setembro, mostrando avanço de 0,47%.
EUA
Saem os pedidos de auxílio-desemprego (9h30) e vendas de moradias usadas (10h00).
Europa
O Bancos Central da Inglaterra (BoE) anunciou a sua decisão de juros (8h00).
China
O Banco do Povo da China (PBoC) também anunciará as taxas básicas da economia (22h30).
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Author: Ágora Investimentos