Ibovespa hoje abre em alta após decisão de juros do Copom; veja os destaques do dia
O Ibovespa hoje abriu em alta de 0,09%, aos 133.871 pontos nesta quinta-feira (19). A abertura de negócios ocorre de olho em mais decisões de bancos centrais um dia após o encerramento das reuniões do Banco Central (BC) e do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) – confira aqui a agenda completa.
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O principal índice da B3 hoje deve ampliar ainda mais os ganhos, impulsionado pela valorização das bolsas internacionais e pela alta das commodities. No último pregão, os ativos da Petrobras (PETR3; PETR4) pressionaram o desempenho do Índice Bovespa – veja aqui.
O apetite por risco no exterior após o corte do juro básico pelo banco central dos Estados Unidos alivia a pressão no índice hoje. A expectativa é que o indicador da Bolsa hoje retome marcas acima dos 134 mil pontos, vista na maioria dos últimos dias, acompanhando o rali global, estima Victor Furtado, head de alocação da W1 Capital.
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Na quarta-feira (18), o Fed reduziu a Fed Funds (equivalente à Selic no Brasil) em 50 pontos-base, para o intervalo entre 4,75% e 5,0%. É o primeiro ajuste para baixo desde que o ciclo de aperto monetário começou, em março de 2022, e o primeiro corte desde 2020.
No Brasil, o mercado reage ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a taxa Selic em 25 pontos-base, de 10,50% para 10,75% ao ano, em uma decisão unânime, conforme esperado.
No entanto, o tom do comunicado foi considerado duro (hawkish) já que o BC reconheceu o hiato positivo, isto é, de que a economia cresce acima de seu potencial, e que há uma “assimetria altista” no balanço de riscos. Ou seja, mais aumentos da Selic são esperados e tendem a contaminar negativamente ações mais sensíveis ao ciclo econômico na Bolsa brasileira.
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O que impulsiona o Ibovespa hoje
Bolsas internacionais
As bolsas registram alta no mercado futuro em Nova York e na Europa – veja detalhes aqui -, um dia após o Fed iniciar o ciclo de afrouxamento monetário.
Na zona do euro, a inflação dos serviços continua elevada, segundo a dirigente do Banco Central Europeu (BCE), Isabel Schnabel.
Nos Estados Unidos, uma pesquisa da Fox News mostra Kamala Harris com 50% das intenções de voto para a presidência, enquanto Donald Trump aparece com 48%.
Juros
Embora o presidente do Fed, Jerome Powell, tenha adotado um tom cauteloso, o mercado segue otimista, esperando mais cortes, totalizando 75 pontos-base até o final do ano, segundo a plataforma do CME Group.
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Mais cedo, havia uma probabilidade de 50% de a taxa básica americana passar de 4,75%-5,00% para o intervalo de 4,00%-4,25%. Na quarta-feira (18), essa previsão era de 42,2%.
No Brasil, é difícil dizer ao certo se ainda haverá outras mudanças na taxa básica, mas analistas fazem suas previsões. “Muito difícil a Selic não ser mais elevada, deve continuar avançando a não ser que haja uma melhora muito grande no câmbio, na inflação”, pontua Furtado. “Mas o corte pelo Fed acaba ajudando [o índice da Bolsa], o que corrobora para uma tranquilidade maior dos mercados”, completa o head de alocação da W1 Capital.
Nesta quinta-feira, investidores acompanham a decisão de política monetária do Banco da Inglaterra (BoE). O BC manteve seus juros em 5,0% ao ano, em linha com as expectativas de analistas consultados pelo Broadcast.
Já o Banco Central da Turquia deixou sua principal taxa de juros inalterada em 50% pela sexta vez consecutiva após concluir reunião de política monetária nesta quinta-feira. Segundo o BC turco, indicadores para o terceiro trimestre confirmam que a demanda doméstica continua a desacelerar com um impacto inflacionário decrescente.
Por sua vez, o Banco Central da África do Sul reduziu sua taxa básica em 25 pontos-base nesta manhã, indo a 8%.
Ainda hoje, são aguardados os desfechos dos juros do Banco da China (PBoC) e do Banco do Japão (BoJ) – esse já na madrugada de sexta-feira (20).
Indicadores
Nesta manhã, foram divulgados os número de pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, que caíram 12 mil na semana encerrada em 14 de setembro, para 219 mil. O resultado veio abaixo da expectativa de analistas, que previam 230 mil solicitações.
No cenário local, o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) acelerou a 0,47% na segunda prévia de setembro, após registrar alta de 0,45% na mesma leitura de agosto, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV).
Commodities
Após um dia de grandes perdas, com o minério de ferro caindo acima de 4%, a commodity fechou em alta de 1,69% nesta quinta-feira, em Dalian, na China. O petróleo também opera na parcela positiva, com ganhos em torno de 1,00%.
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Tanto Petrobras, quanto Vale (VALE3) já sentem o alívio vindo das commodities. Por volta das 9h40 (de Brasília), ambos American Depositary Receipts (ADRs, recibos que permitem que investidores consigam comprar nos EUA ações de firmas não americanas) sustentavam altas.
- Confira aqui todos os destaques corporativos do mercado hoje
Mercado brasileiro
O mercado doméstico ajusta-se ao comunicado do Copom e ao otimismo no exterior após a decisão do Fed de cortar os juros.
Os juros futuros de curto prazo tendem a ficar mais pressionados, enquanto a queda nos rendimentos dos Treasuries (títulos da dívida estadunidense) e a fraqueza do dólar podem aliviar os juros de longo prazo.
No campo fiscal, as atenções estão voltadas para os números da arrecadação. A expectativa é de que a arrecadação federal com impostos e contribuições atinja R$ 201,2 bilhões em agosto, após R$ 231,04 bilhões em julho, sustentada pelas medidas fiscais aprovadas no ano anterior.
O Tribunal de Contas da União (TCU) também emitiu um alerta ao Governo Federal sobre o risco de descumprimento da meta fiscal de 2024, com base na arrecadação até 6 de agosto, que foi de apenas R$ 83,35 milhões, ou 0,22% da estimativa anual, e que pode surtir efeito no Ibovespa hoje.
*Com informações do Broadcast
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Fonte original
Author: Camilly Rosaboni