Ibovespa avança com expectativas de mais estímulos na China; dólar recua
O Ibovespa opera em alta e o dólar recua ante o real nesta quinta-feira (26), com maior apetite ao risco nos mercados globais após promessas de mais estímulos econômicos na China.
Em mercados emergentes, o impulso era particularmente profundo devido ao crescimento dos preços de commodities importantes, como minério de ferro e cobre, uma vez que o gigante asiático é o maior importador de matérias-primas do planeta.
Por volta das 14h40, o principal índice do mercado doméstico avançava 1%, ao redor de 132,9 mil pontos, em linha com clima positivo em Wall Street e nas principais praças da Europa.
A Vale (VALE3) – companhia com maior peso no mercado – subia mais de 5,5% e figurava entre as maiores altas do dia, com demais firmas expostas ao minério de ferro.
O clima positivo dá fôlego ao câmbio doméstico, com o dólar recuando 0,6% ante o par brasileiro, negociado próximo de R$ 5,445 na venda.
Nesta manhã, investidores globais buscavam ativos de maior risco, tanto nos mercados de câmbio quanto de ações, à medida que a promessa de novas medidas de estímulo na segunda maior economia do mundo elevava a confiança com as perspectivas de diversos países ao redor do globo.
Líderes chineses prometeram nesta quinta-feira implementar “gastos fiscais necessários” para atingir a meta de crescimento econômico deste ano de aproximadamente 5%, uma vez que o país enfrenta uma forte queda no mercado imobiliário e à fragilidade da demanda interna.
O banco central da China já havia divulgado na terça-feira seu mais agressivo afrouxamento monetário desde a pandemia, sinalizando cortes em uma ampla gama de taxas de juros e uma injeção de liquidez de 1 trilhão de iuanes (US$ 140 bilhões) no sistema monetário, entre outras medidas.
Em efeito semelhante ao observado na terça, agentes monetários reagiram com otimismo ao novo anúncio, gerando ganhos para ações na Europa e na Ásia, além de impulsionar ativos de mercados emergentes.
BC eleva previsão do PIB
No cenário doméstico, o Banco Central (BC) elevou as expectativas para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2024 para 3,2%, ante previsão de 2,3%, conforme dados do Relatório Trimestral da Inflação, publicado nesta manhã.
Segundo o BC, a mudança veio após alta acima do esperado no segundo trimestre. Apesar do avanço, a autoridade monetária vê a economia desacelerando no terceiro trimestre. Para 2025, a expectativa é para avanço de 2%.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, também afirmou nesta manhã que a alta de 0,5 ponto nos juros não esteve nos debates na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
O encontro encerrado no dia 18 de setembro determinou o aumento de 0,25 ponto na Selic, elevando a taxa básica para 10,75% ao ano.
“Não teve debate para alta de 0,5 ponto. Se não está na ata, não houve esse debate”, disse.
O presidente do BC ainda indicou que a divulgação do IPCA-15, conhecida como prévia da inflação, trouxe um dado “bom”, mas destacou que as preocupações da autoridade monetária sobre preços está no longo prazo.
“Este IPCA-15 de fato, quando a gente olha especialmente a parte de núcleos, está um pouco melhor”, disse. “É um número bom, mas nossa decisão não nossa decisão não está baseada em um dado de curto prazo, sim em um conjunto de dados”, completou mais tarde.
A prévia da inflação ficou em 0,13% em setembro, segundo divulgação do IBGE na quarta-feira (25). O dado ficou bem abaixo das expectativas do mercado, de 0,29%.
*Com Reuters
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Author: gabrielbosa