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Natureza, aventuras e baixo orçamento: quanto custa viajar para a Bolívia?

Mesmo com a imensa comunidade de imigrantes oriundos da Bolívia que vivem no Brasil, o país ainda não está na lista dos destinos mais procurados entre os brasileiros. Erro crasso. O local, um dos mais baratos do continente, é um destino que oferece passeios radicais, imersão na natureza, além de atrações históricas e uma cultura muito rica – tudo isso temperado com um espírito latinoamericano que faz todo turista se sentir praticamente em casa.

Assim como em toda viagem, o turista na Bolívia pode encontrar de tudo: alta gastronomia e comida popular, hospedagens de luxo e outras de nem tanto. Tudo isso, obviamente, deve variar o valor gasto na jornada. O E-Investidor listou as experiências e valores médios que você poderá gastar em uma viagem ao país sul americano.

Em La Paz, principal cidade do país, os turistas buscam a adrenalina da “Death Road”, uma descida de 64 km de bicicleta em meio a uma das estradas mais perigosas do mundo. Ao sul, o Salar de Uyuni, maior deserto de sal do mundo, oferece paisagens deslumbrantes e noites inesquecíveis. Já ao norte, o lago Titicaca, na fronteira com o Peru, as águas sagradas dos incas abrigam animais, trilhas, e moradores locais que parecem viver como os ancestrais que passaram por lá há milhares de anos.

Os cerca de 4.000 m de altitude em que os principais pontos turísticos se encontram nos Andes requerem cuidados especiais e o país, que ainda possui um Produto Interno Bruto (PIB) per capita de US$ 3,7 mil (para comparação, o indicador é de US$ 10 mil no Brasil), segundo o Banco Mundial, também carece em ofertar uma infraestrutura para quem gosta do luxo. Nada que impeça quem busca esse tipo de viagem, que pode misturar uma economia grande e ótimas experiências.

Apesar da moeda boliviana, o Boliviano, acumular alta de 15% em relação ao Real no último ano, o país ainda se mostra um dos destinos mais baratos aos brasileiros no mundo, com hospedagens e alimentação acessíveis para quem recebe salário em Real.

Cada 1 Boliviano vale cerca de R$ 0,80. A diferença cambial fez com que 13 dias no país marcados de última hora, sem dividir quarto, com cinco refeições diárias e os passeios, girasse em torno de R$ 7.500 para este que vos escreve.

Confira quanto custa viajar para a Bolívia

Passagens aéreas

O buscador de viagens do Google levantou o preço médio das passagens aéreas para voos de ida e volta em classe econômica de São Paulo, principal hub de viagens do Brasil, para La Paz, para 15 dias de viagem, nos melhores voos escolhidos pela plataforma. A pesquisa foi realizada no dia 15 de setembro.

  • 15/10 a 29/10 – R$ 1.898
  • 15/11 a 29/11 – R$ 1.701
  • 15/12 a 29/12 – R$ 2.048
  • 15/01 a 29/01 – R$ 1.859

Hospedagens

O Google também mostrou os preços médios de hotéis para La Paz, por noite, para uma viagem de 15 dias, para hotéis 3 estrelas. O preço médio por noite para uma pessoa. A busca foi realizada no dia 15 de setembro.

  • 15/10 a 29/10 – R$ 232
  • 15/11 a 29/11 – R$ 223
  • 15/12 a 29/12 – R$ 223
  • 15/01 a 29/01 – R$ 489

Também é possível se hospedar em hostels, com quartos divididos – opção muito comum entre os milhares de europeus que se aventuram no país, ao fazer uma dobradinha com o Peru. Ótimas hospedagens divididas podem ser encontradas por módicos R$ 28 iniciais a noite, por exemplo.

Alimentação, passeios e transporte

La Paz é um ponto ideal para quem busca turismo de aventura na Bolívia. A capital política da Bolívia possui dezenas de agências que ofertam passeios e escaladas aos montes Chacaltaya e Huayna Potosí, por exemplo.

Outro passeio é a “Death Road”, uma das estradas mais perigosas do mundo, de mountain bike. O caminho, de 64 km majoritariamente de descida, começa em uma altitude de quase 5.000 metros e com temperaturas negativas.

Por entre curvas e desfiladeiros de mais de dez metros de altura, os turistas descem a uma velocidade que pode atingir mais de 40 km/h, sempre se equilibrando entre a beleza das paisagens e o perigo de perder o controle e ser mais uma vítima do caminho.

Para provar a adrenalina, as agências cobram cerca de US$ 125, já incluso o aluguel da mountain bike, o transporte ida e volta até o hotel, além de lanches e um almoço ao fim do passeio.

Outro passeio necessário para quem vai à Bolívia é passar dias no Salar de Uyuni. No meio do deserto de sal, paisagens bucólicas e brancas que parecem um mar, geisers e águas termais, temperaturas congelantes, e um céu que é difícil explicar em palavras, de tão límpidos, fazem a alegria dos turistas, majoritariamente europeus, que vão ao local.

Com tantos estrangeiros, os preços cobrados, normalmente, são em dólares ou euros. Uma boa pesquisa entre as dezenas de agências e o fato de ser brasileiro pode fazer com que o turista consiga bons descontos.

Por três dias e duas noites de viagem, com hospedagens (sem qualquer estrutura, é verdade), transporte em carros 4×4 e alimentação já inclusos, o valor é de US$ 150. Há também a opção de realizar o tour em dois dias e uma noite por US$ 100, com tudo incluso.

Outros 150 bolivianos são cobrados para a entrada do parque da Laguna Colorada, de natureza exuberante já próxima da fronteira com o Chile.

Já o transporte via ônibus de La Paz para Uyuni, em um ônibus noturno de cerca de dez horas de viagem em ônibus leito, com jantar e café da manhã, sai por US$ 39. Há, contudo, opções bem mais em conta, pela metade do preço, mas sem o mesmo conforto.

Apesar de alguns passeios cobrados em moeda estrangeira, a maioria dos locais também aceita Bolivianos. Por não ser uma divisa muito utilizada no Brasil, Jorge Arbex, diretor do Grupo Travelex Confidence, afirma que o turista pode comprar um pouco de papel-moeda e outro montante em cartão pré-pago.

“Recomendamos adquirir parte do recurso monetário planejado em papel-moeda do país de destino, com o intuito de utilizá-lo para despesas como táxi e alimentação. A outra parte, é aconselhável utilizar a modalidade de cartão pré-pago, diversificando assim os meios de pagamento”, diz.

Para quem vai a Copacabana, cidade base para conhecer o lago Titicaca, há opções por cerca de US$ 6, com ônibus ocupados quase que exclusivamente por turistas, ou de 25 bolivianos, usados por moradores locais.

Por lá, há uma infinidade de coisas a se fazer. Uma delas, por exemplo, é uma trilha de cerca de quatro horas pela “Isla del Sol”, local sagrado para a cultura Inca onde se encontravam os santuários dedicados ao Deus Sol, onde o turista pode vivenciar o estilo de vida dos moradores locais, todos ainda muito simples, mas com o espírito acolhedor do latino-americano.

São cerca de 60 bolivianos para chegar até a ilha e voltar via pequenos barcos, que fazem a travessia. Após o caminho, os trilheiros podem dormir em hostels de cerca de 120 bolivianos a noite, com café da manhã incluso.

Quem opta por comprar com antecedência, pela internet, geralmente vai pagar mais caro na Bolívia, seja por passeios ou transporte. É o preço por garantir as passagens e um certo nível de conforto. Por todo país, os preços seguem o mesmo padrão. Caso o local seja ponto de encontro de “gringos”, serão mais altos. Em todo caso, uma pizza custava cerca de 45 bolivianos, e um drink 30.

A Coca-Cola sai por cerca de 10 bolivianos em um restaurante. A água, essencial para mitigar os efeitos da altitude, custa cerca de 6 bolivianos em supermercados e 10 em restaurantes. Um combo de sanduíche, coca-cola e um brownie pode ser encontrado por cerca de 55 bolivianos. Já para o uso de banheiros, normalmente, são cobrados cerca de 3 bolivianos.

Como economizar nas viagens

De acordo com Eliane Tanabe, planejadora financeira pela Planejar, apesar de a Bolívia já ser um país barato ao poder de compra brasileiro, há formas de economizar ao fazer uma viagem para ao equacionar dias de experiências mais turísticas e outras mais locais.

“Você pode fazer escolhas mais inteligentes, que aproveite bem a sua temporada, mas que não necessariamente gaste tanto dinheiro. É essa equação que faz uma experiência de viagem ser inesquecível, quando você consegue fazer uma boa viagem, aproveitar bem dessa viagem, e ainda voltar com o dinheiro no bolso ou até economizando é o valor do seu orçamento definido”, afirma.

Já para Arbex, o planejamento também pode ajudar o turista a economizar na compra da divisa, sem sofrer com o sobe e desce das moedas.

“Comprar moeda estrangeira aos poucos e com antecedência ajuda na economia, pois dessa forma é possível garantir um preço médio do câmbio. O ideal é comprar a moeda específica do local de destino, para evitar um maior gasto com a dupla conversão”, conclui, com dicas que podem melhorar ainda mais sua viagem para a Bolívia.

Fonte original
Author: Vinicius Pereira

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