Simpar propõe cisão de negócio de concessionárias da Vamos e fusão com Automob
A locação de caminhões, máquinas e equipamentos é a principal atividade da Vamos (VAMO3), mas não a única. A firma, criada em 2015 a partir de um desmembramento da JSL (JSLG3), também opera um segmento de concessionárias que faturou R$ 693,5 milhões no segundo trimestre deste ano. Isso representa quase um terço da receita líquida de R$ 1,883 bilhão obtida pela companhia no mesmo período. Agora, a controladora da Vamos, a Simpar (SIMH3), quer separar esse negócio “secundário” em uma nova firma, incorporando a ela outra controlada da holding: a Automob, que atua no segmento de concessionárias de veículos leves e atingiu faturamento bruto de R$ 9,5 bilhões no intervalo de um ano.
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A proposta da Simpar já chegou ao conselho de administração da Vamos. Segundo a holding, em fato relevante, a operação daria origem “ao maior e mais diversificado grupo de redes concessionárias do Brasil”.
A intenção é preservar a marca Automob e listar a nova firma na Bolsa quando a operação for concluída. A companhia será a primeira do ramo de concessionárias a ter ações negociadas na B3 e a quarta listada da Simpar, que, além de JSL e Vamos, também possui a Movida (MOVI3), de locação de automóveis.
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Clareza
Ao mercado, a Simpar explicou que a proposta de separar o negócio da Vamos surgiu a partir de uma demanda dos próprios investidores da firma. O desmembramento, segundo a holding, trará mais clareza sobre a tese de investimento de sua controlada e atenderá à demanda de quem prefere alocar capital em segmentos mais específicos, tendo mais previsibilidade de retorno.
Sem a divisão de concessionárias, a Vamos terá mais facilidade para explorar sua oferta de produtos e serviços, abrir novas avenidas de crescimento e diversificação, alega a Simpar. Os negócios de customização e venda de seminovos serão mantidos na firma de locação.
Faturamento de R$ 13 bi
Por outro lado, a nova Automob já nasce com um histórico de receita bruta de R$ 12,7 bilhões, acumulada em 12 meses até o final do segundo trimestre deste ano, e um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 418 milhões. As 72 concessionárias da Vamos se somariam às 120 que a Automob possui atualmente, totalizando 192 lojas em 12 estados, com a operação de 34 marcas.
O conselho da Vamos constituiu um comitê independente, com três membros, para avaliar os termos da operação. Quando a negociação for concluída, o tema será encaminhado aos acionistas em uma assembleia geral extraordinária (AGE).
Como fica para os acionistas da Vamos?
Nos termos propostos pela Simpar, os acionistas da Vamos receberão uma parte das ações da subsidiária de concessionárias em dividendos e a outra parte quando houver a cisão da firma.
Após essa separação, a Vamos Concessionárias adquirirá uma fatia da participação da Simpar na Automob por R$ 1 bilhão. O restante da participação da holding na firma de concessionárias de veículos leves, assim como a fatia dos demais acionistas, será incorporado à subsidiária da Vamos por meio de troca de ações.
Ao final desse arranjo, a Simpar terá 64,12% de participação na nova Automob. Os acionistas minoritários da Vamos Locação, por sua vez, ficarão com 21,39%. E a fatia restante, de 14,49%, será de acionistas minoritários da Automob.
CEO experiente
O atual diretor-presidente da Automob, Antonio Barreto, será o executivo à frente da nova firma após a conclusão da operação. Como vice-presidente de planejamento estratégico da Simpar, ele capitaneou todas as aquisições realizadas por Automob e Vamos nos últimos três anos. Gustavo Couto permanecerá como CEO da Vamos “puro sangue” em locação.
De acordo com uma fonte a par da operação, ouvida pelo InfoMoney, se todos os trâmites ocorrerem dentro do tempo previsto, os acionistas da Vamos devem deliberar sobre o tema em assembleia no final do próximo mês de novembro.
A cisão do negócio de concessionárias da Vamos também acabou sendo uma solução para, finalmente, listar a Automob na Bolsa, sem a necessidade de um IPO (oferta pública inicial). A firma já tinha registro de companhia aberta na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) na categoria A.
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Fonte original
Author: Mitchel Diniz