Em 8ª compra no Brasil, Zuchetti leva D4Sign, de assinaturas digitais, por R$ 180 mi
A Zuchetti, multinacional italiana de software, acaba de anunciar sua oitava aquisição no Brasil. A firma adquirida desta vez é a D4Sign, uma plataforma de assinaturas digitais que faturou R$ 35 milhões no ano passado. O valor da transação é de R$ 180 milhões, sendo que parte dele será paga aos antigos sócios da firma de acordo com o atingimento de metas estabelecidas para os próximos anos.
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Antes de fechar o negócio com a Zuchetti, a D4Sign previa atingir um faturamento de R$ 45 milhões este ano. “A ideia agora é que ultrapassemos facilmente esses valores”, disse Rafael Figueiredo, CEO e um dos fundadores da firma, ao InfoMoney. Ele e os outros três sócios permanecerão na gestão da D4Sign por pelo menos dois anos, período em que a operação do negócio se manterá independente.
Autenticação rigorosa
Fundada em 2015 em São Paulo, a plataforma de assinaturas digitais escalou os negócios com recursos próprios, sem investidores externos. Durante a pandemia, a comunicação remota obrigou firmas a abandonar contratos em papel e migrar massivamente para o modelo digital. Em 2020, o faturamento da D4Sign quintuplicou e o negócio continuou em expansão mesmo após o fim da emergência sanitária. Assinaturas digitais de contratos tornaram-se o “novo normal”.
A D4Sign possui uma carteira de clientes com 35 mil firmas e se apresenta como a “maior plataforma de assinatura digital e eletrônica no Brasil”. A firma buscou se diferenciar pelo rigor na autenticação, utilizando recursos como reconhecimento facial e integração com a assinatura eletrônica do governo “gov.br”.
Nos últimos anos, os fundadores também investiram no desenvolvimento de novas funcionalidades para a gestão de documentos e criaram um ecossistema de inteligência artificial generativa. A plataforma é capaz de resumir os principais pontos de um contrato. Por meio de um chatbot, o cliente pode fazer perguntas sobre o texto e identificar, por exemplo, cláusulas de risco. Também há uma ferramenta de Big Data para gerar dados que ajudem na tomada de decisões estratégicas.
Caminhando com as próprias pernas
“Tivemos várias firmas batendo à nossa porta, querendo entender nosso negócio, interessadas em nos comprar ou fazer uma fusão. Mas até então nunca fez sentido para nós”, explica Figueiredo.
A Zuchetti foi a exceção devido à presença global da multinacional, que está presente em 15 países e faz negócios com outros 50. A D4Sign já tem alguns clientes fora do Brasil e tinha a ambição de expandir sua atuação no exterior. Chegou a estudar a montagem de uma operação no México, mas percebeu que “não era tão simples assim”, admite o CEO. Figueiredo conta com a expertise da Zuchetti em outros mercados para cumprir os objetivos da firma que fundou.
Este mês, o executivo participará do encontro de country managers da Zuchetti na Alemanha, onde a D4Sign será formalmente apresentada como parte da firma. “A ideia de produzir em reais e faturar em dólar ou em euro é o sonho de todo empreendedor”, confessa.
Fora do Brasil, a plataforma de assinaturas digitais enfrentará a concorrência de gigantes como a DocuSign, considerada a maior do segmento — a companhia americana obteve receita líquida de US$ 2,76 bilhões (R$ 15 bilhões) no ano passado. A D4Sign aposta na força do nome Zuchetti no exterior para se apresentar como uma firma global fora do país.
Concorrência de gigantes
Mas antes de se lançar “na gringa”, a multinacional italiana entende que o negócio recém-adquirido ainda tem muito a ser explorado no próprio Brasil, onde a Zuchetti tem mais de 100 mil clientes e três mil canais de revenda.
“Quando imagino a D4Sign dentro desse ecossistema, vejo um potencial muito grande para alavancar as vendas […] O céu é o limite”, afirma Alessio Mainardi, CEO da Zuchetti no Brasil. Esta foi a maior aquisição que a multinacional fez em território brasileiro, totalizando investimentos de mais de meio bilhão de reais no país. O contrato de aquisição, obviamente, foi assinado digitalmente, na própria plataforma da D4Sign.
Mainardi diz que a intenção é dobrar os investimentos em aquisições no Brasil nos próximos quatro anos. “Temos uma aquisição de tamanho menor que será anunciada ainda este ano”, revela o executivo. “É uma aquisição que fortalecerá nossa estratégia nesse mercado voltado mais para o varejo, para micros e pequenos. E seguimos atentos às oportunidades que estão surgindo no mercado”, conclui.
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Autor: Mitchel Diniz