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Melhora vem aí? Renner e Magalu devem ter bons resultados no 3T24, mesmo com desafios

Melhora vem aí? Renner e Magalu devem ter bons resultados no 3T24, mesmo com desafios

A temporada de resultados do terceiro trimestre de 2024 (3T24) para varejistas começa no final de outubro e analistas já traçam cenários para o período.

Em geral, o UBS BB espera que o consumo discricionário em massa enfrente tendências de melhora, impulsionado pelo crescimento da renda disponível e baixo desemprego.

Enquanto isso, os varejistas de alimentos podem continuar a lidar com uma perspectiva competitiva desafiadora.

O aumento das taxas de juros continuará a adicionar pressão às firmas com maior alavancagem e pode ser uma fonte de risco para a perspectiva de consumo em 2025.

Os analistas do banco acreditam que Vivara (VIVA3), Lojas Renner (LREN3), Grupo Mateus (GMAT3) e Natura&Co (NTCO3) ​​devem exibir tendências sólidas de curto prazo.

No varejo de moda, o UBS BB aponta que VIVA3 e LREN3 devem se destacar. Eles esperam que o crescimento das vendas nas mesmas lojas (SSS) da Renner acelere para +11% na base anual (vendas totais +12%), impulsionado por maior originação de crédito, avanços em logística, comparações mais fáceis e maior consumo privado em geral.

Para a Renner, a XP avalia esperar que a Renner apresente resultados sólidos no terceiro trimestre, com tendências melhores tanto no varejo quanto na Realize, à medida que a companhia continua a se beneficiar de uma estratégia de produtos mais assertiva, da estabilização do novo Centro da Distribuição e de níveis controlados de inadimplência na Realize. “Estimamos que as vendas líquidas do varejo aumentem cerca de 12% (SSS em 10,6%), mais uma vez apoiadas pelo crescimento do volume, por uma pirâmide de produtos ajustada e de um abastecimento mais ágil (just in time). Na Realize, esperamos que o crescimento da receita líquida permaneça negativo, -3% em relação ao ano anterior, uma vez que a carteira de crédito continua a cair”, aponta.

A Azzas 2154 (AZZA3), nascida da fusão entre Arezzo e Grupo Soma, deve enfrentar aceleração sequencial de receita (+12% na base anual), impulsionada pela Hering e Farm, mas pressão de margem Ebitda de -150 pontos-base ano a ano em despesas de integração, aponta o UBS BB.

A Vivara deve ser um destaque positivo no 3T, relatando um crescimento de receita líquida de 22%, liderado pela aceleração nas vendas e expansão da margem Ebitda de +110 pontos-base. Já a receita do Grupo SBF (SBFG3) deve cair 3,8% ano a ano, arrastada pela Fisia, que tem uma base de comparação difícil, e sua margem Ebitda pode aumentar +85 pontos-base anualmente, com forte expansão da margem bruta (+3,1 p.p. YoY) parcialmente compensada pelo aumento dos custos indiretos.

Já a fraca perspectiva internacional da Alpargatas (ALPA4) pode obscurecer os números sólidos no Brasil.

Com relação às varejistas de alimentos, Grupo Mateus deve ter números melhores, enquanto Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3) devem apresentar números fracos.

“A perspectiva para o atacarejo continua desafiadora, enquanto os varejistas de alimentos fizeram investimentos em campanhas promocionais e capital de giro. Para ASAI3, esperamos que o crescimento de SSS [vendas mesmas lojas] permaneça moderado em +2,7%, enquanto o crescimento da receita deve desacelerar para +9,5% na base anual em menor contribuição de espaço de venda e margem Ebitda ajustada pode expandir modestamente para 7,2%”, avalia o UBS BB.

Para o Carrefour, o banco também espera que o crescimento de vendas mesmas lojas desacelere (Atacadão +4,4% / Varejo +5,0%), impulsionando o crescimento consolidado das vendas de +3,5%, enquanto a margem Ebitda ajustada pode melhorar +50 pontos-base na comparação anual, para 6,0%. Já o Grupo Mateus pode acelerar para um crescimento de SSS de +7,1% (receita +21% na base anual), enquanto a margem Ebitda deve expandir +40 pontos-base na comparação anual para sólidos 7,8%, em meio ao aumento investimento em estoque.

No e-commerce, os analistas destacam que o Magazine Luiza (MGLU3) deve reportar resultados melhores no terceiro trimestre, com crescimento de receita acelerando e margens melhorando, reforçando o foco da firma na rentabilidade, frente a um cenário macroeconômico desafiador.

A XP espera que o desempenho da receita da firma acelere levemente em relação ao 2T, com o GMV (volume bruto de mercadorias) total crescendo 5% ano a ano, mais uma vez apoiado por um forte desempenho em lojas físicas (SSS em +13,5%), provavelmente devido à otimização do parque de loja dos concorrentes. As vendas dos canais 1P e 3P devem aumentar em +2% e +2,5%, respectivamente.

Em termos de rentabilidade, espera que a margem bruta suba 0,6 ponto percentual na base anual, apoiada pela mix de canais e pelo repasse de preços do DIFAL, enquanto a margem Ebitsa ajustada deve ficar em 7,8% (+2,2 p.p A/A e estável em relação ao trimestre anterior), refletindo alavancagem operacional e controle das despesas gerais e administrativas. Por fim, espera que o lucro líquido atinja R$ 20 milhões, beneficiando-se da redução das despesas financeiras e da melhora dos resultados da Luiza Cred.

O UBS BB espera que o MGLU3 tenha margens saudáveis, impulsionadas por lojas físicas, mas ainda tímido crescimento do e-commerce. “O GMV total do Magalu pode melhorar +4,8% para R$ 15,5 bilhões, liderado por um crescimento de SSS de +13,5%. Enquanto isso, o GMV online deve continuar a crescer modestamente para +2,2%”, avaliam os analistas. A projeção do banco é de um modesto lucro líquido de R$ 33 milhões.

Sobre Petz (PETZ3), a XP espera que a Petz reporte resultados ainda fracos no 3T, embora com tendências na receita melhorando. Analisando os números consolidados, as vendas brutas devem aumentar em 9% na comparação anual, dado que as lojas físicas se estabilizaram (+1,4%) após dinâmicas de queda desde o 3T23, e o canal digital continua forte (+22%), embora ainda enfrente um cenário competitivo desafiador. O UBS BB projeta vendas da Petz acelerando.

Na mesma linha, o UBS BB também projeta que a Natura&Co Brasil deve acelerar sequencialmente as suas vendas, enquanto mercados hispânicos podem sustentar tendências estáveis.

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Autor: Lara Rizério

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