Redução voluntária de consumo industrial de energia bate recorde, diz associação
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) aceitou um volume recorde de ofertas de redução voluntária de consumo industrial de energia nesta terça-feira (9), com 260 megawatts (MW) que trarão alívio nos horários de pico de demanda de energia, segundo informações divulgadas pela Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace).
Segundo a entidade que representa grandes indústrias eletrointensivas e consumidoras de gás, o montante de redução de consumo que será “despachado” pelo ONS supera o recorde anterior, de 170 MW, registrado em 16 de setembro.
A possibilidade de grandes indústrias oferecerem ao ONS redução de seu consumo de energia em horários específicos, em troca de uma remuneração, teve início em 2018, no chamado “programa de resposta da demanda”.
Esse programa foi sendo aperfeiçoado ao longo do tempo e hoje atrai a participação de grandes companhias, como Braskem, CSN e Companhia Brasileira de Alumínio (CBA).
O ONS conta com essas reduções de consumo industrial como um recurso de curto prazo que ajuda na operação do sistema elétrico, sobretudo no final da tarde, quando há maior necessidade de potência para atender aos picos de carga.
Segundo a Abrace, nesta terça-feira, pela primeira vez na história do programa, houve o acionamento de um mesmo agente para redução de consumo em três submercados diferentes: a Petrobras, em unidades industriais no Nordeste, Sul e Sudeste/Centro-Oeste.
“A resposta da demanda é hoje uma alternativa importante para se evitar custos desnecessários e garantir segurança ao sistema elétrico quando o consumo está muito alto e o operador do sistema precisa buscar alternativas”, disse Paulo Pedrosa, presidente da Abrace, em nota.
O ONS irá realizar na próxima terça-feira (15) o primeiro leilão para contratar reduções temporárias de consumo industrial em prazos mais longos.
Hoje, as indústrias fazem ofertas voluntárias de redução de consumo para o dia seguinte — com os certames, a ideia é que o operador possa contratar também uma disponibilidade dessa redução de consumo industrial por alguns meses.
Os contratos oferecidos no leilão terão prazo de três meses, iniciando em novembro. As indústrias interessadas deverão participar com ofertas com preço e disponibilidade para redução de demanda em megawatt (MW).
Elas ficarão disponíveis para serem acionadas pelo ONS, em até quatro vezes por mês, a reduzir seu consumo em horário de ponta. O ONS não informou qual será a sua demanda para este primeiro leilão.
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Autor: giselefarias