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Chocolate mais caro até quando? O preço do cacau explodiu, mas é possível economizar

A percepção de que o chocolate está cada vez mais caro virou uma constante para os brasileiros. E não é à toa, já que o cacau é uma das commodities que mais subiram neste ano: a cotação da tonelada mais que dobrou de outubro do ano passado para cá, saindo de US$ 3.817 para US$ 7.751.

Ao E-Investidor, Matheus Dias, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV IBRE), explica que a produção de cacau na África, sobretudo na Costa do Marfim e em Gana, tem sido prejudicada por condições climáticas extremas. Por lá, a seca e o aumento das temperaturas afetam a produção do fruto.

“A produção precisa de um clima mais ameno e o clima seco e prolongado prejudicou essas condições ideais”, afirma, acrescentando que a região também foi afetada por pragas. “Lá onde se concentra a maior produção de cacau do mundo, mais de 75%, isso reduz a oferta global do cacau”, aponta Dias.

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Além disso, o economista lembra que no Brasil a produção de cacau não é suficiente para atender à demanda interna, com a maior parte da produção concentrada na Bahia. “A oferta global já está comprometida, e com a demanda constante, os preços naturalmente sobem”, reforça. Reforçando esse raciocínio, o Índice de Preços ao Consumidor – Disponibilidade Interna (IPC-DI), mostra que a inflação no preço do chocolate acelerou até abril, e agora vem arrefecendo. Veja abaixo:

Cacau caro vai elevar preço do chocolate ou reduzir qualidade?

O brasileiro não costuma comprar o cacau em fruto, mas é um grande consumidor de chocolate. No entanto, para a atual safra (2023/2024), a previsão da Organização Internacional do Cacau (ICCO) é de que a demanda global supere a oferta em 439 mil toneladas. Será o terceiro ano consecutivo de déficit na produção e mais um de alta nos valores do chocolate.

Mas não somente o preço dos bombons pode subir, como também a sua qualidade pode mudar. Fabrício Tonegutti, especialista em tributação para varejo e sócio da Mix Fiscal, destaca que a baixa disponibilidade de cacau pode levar os fabricantes a buscarem adicionar ao produto outras matérias-primas. “Não significa que são de baixa qualidade, mas podem ser menos nobres, e reduzem a concentração de cacau – afetando o sabor do chocolate”, comenta.

Quanto às perspectivas para o preço do chocolate para o próximo ano, Matheus Dias, da FGV, alerta que os produtores de cacau da África têm alertado sobre a falta de recursos para contornarem os efeitos da seca. “Tudo pode ser diferente se o clima colaborar, só que mesmo assim não terá um efeito imediato, mas de médio prazo pelo menos”, diz.

Ainda assim, a educadora financeira Aline Soaper lembra que a alta dos alimentos tem comprometido os orçamentos familiares, e mesmo não sendo um item essencial da cesta básica, o chocolate está entre os principais produtos consumidos pelos brasileiros. Para não pesar no bolso, ela traz algumas recomendações. “Além de ir ao mercado com uma lista dos itens realmente necessários, e as suas quantidades, vale fazer a troca de marcas. Existem casos em que a composição e qualidade são praticamente as mesmas, só muda o nome na embalagem.”

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Autor: Janize Colaço

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