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Bradesco pode surpreender com dividendos em 2025? Veja se agora é a hora de comprar ações

No começo do ano, o Bradesco (BBDC4) anunciou um plano de reestruturação para tentar recuperar a sua rentabilidade e reduzir a inadimplência. Após a troca do CEO, com a chegada de Marcelo Noronha, a expectativa é de recuperar em até cinco anos o valor de mercado recorde, que encostou na marca de R$ 300 bilhões em 2019. Para alguns agentes do mercado monetário, a reestruturação já começou a dar seus frutos e pode ficar mais notória a partir de 2025, garantindo bons dividendos futuros.

De olho nisso, o E-investidor ouviu especialistas para saber se já está na hora de comprar as ações do Bradesco (BBDC4). No entanto, ainda não há um consenso no mercado. (Veja projeções abaixo).

Vale lembrar que o Bradesco remunera mensalmente os seus acionistas com juros sobre capital próprio (JCP), além de pagar dividendos intermediários e complementares.

Ação Dividend yield projetado próximos 12 meses Recomendação Quem recomenda? Preço-teto de compra
Bradesco (BBDC4) 7,50% Neutra ou manter Blue3 Research R$ 16 a R$ 17
Bradesco (BBDC4) 6% a 7% Neutra ou manter Empiricus Research ——
Bradesco (BBDC4) 8,50% Neutra ou manter MSX Invest R$ 16,00
Bradesco (BBDC4) 8,44% Venda Projeto Vida de Acionista —–
Bradesco (BBDC4) —- Compra Terra R$ 17,50
Bradesco (BBDC4) 7% Compra VG Research R$ 18,50

Fonte: E-investidor com analistas

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De um modo geral, os que são a favor de se posicionar no Bradesco aconselham comprar a ação BBDC4 até o preço máximo de R$ 18,50, para pagar barato e garantir um bom retorno em dividendos. A expectativa dos analistas é de que nos próximos 12 meses o dividend yield (retorno com proventos) chegue até 8,50%. Convenhamos que não é o maior retorno entre os grandes bancos, mas também não é uma rentabilidade baixa.

Já aqueles que não recomendam compra de BBDC4 afirmam que existem outras opções mais interessantes no setor monetário. O mais indicado é o Banco do Brasil (BBAS3), mas também chama a atenção para o rival Itaú (ITUB4).

A favor

O analista da VG Research, Milton Rabelo, é um dos mais otimistas. Para ele, o balanço monetário do Bradesco já mostra resultados mais positivos desde o primeiro trimestre de 2024. “A partir de 2025, os efeitos da reestruturação serão mais claros”, diz.

A expectativa da VG Research é de que o banco entregue dividendos de 7% nos próximos 12 meses. A casa de análise possui recomendação de compra para BBDC4 desde 2022. A dica é adquirir os papéis até o preço-teto de R$ 18,50.

No entanto, Rabelo pondera que, nesse cenário de curto prazo, o Banco do Brasil (BBAS3) terá, provavelmente, o DY mais alto. “Porém, numa perspectiva de médio e longo prazo, o Bradesco também pode ser uma opção interessante”, ressalta o analista da VG.

Na mesma linha, Régis Chinchila, head de research da Terra Investimentos, afirma que os números já mostram os efeitos positivos da reestruturação. Entre eles, estão o aumento do lucro líquido no segundo trimestre, para R$ 4,72 bilhões, o crescimento do ROE (Retorno sobre Patrimônio Líquido) para 10,8% e a melhora na qualidade da carteira de crédito.

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Ao mesmo tempo, a inadimplência acima de 90 dias, que estava em 5,7% em junho do ano passado, caiu a 4,3% em igual período deste ano e segue em trajetória de queda. Além disso, a gestão de despesas demonstra uma abordagem mais cautelosa e eficaz.

“Tudo isso mostra que o banco está em um caminho de recuperação.” Com isso, ele prevê um forte potencial para que o Bradesco volte a pagar dividendos robustos em 2025. A Terra tem recomendação de compra para BBDC4, até o preço justo de R$ 17,50, o que deve garantir um dividend yield promissor.

Porém, Chinchila diz ser importante comparar com outros bancos, como Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11), que também estão implementando estratégias de crescimento e melhoria de eficiência.

Contras

Não é de hoje que a concorrência entre os bancos tornou-se mais acirrada, ainda mais com a entrada de players que operam de forma totalmente digital. A pressão por investimentos em inovação e tecnologia tornou-se uma questão chave para a sobrevivência das instituições financeiras.

Foi isso que, em certa medida, fez o Bradesco ficar para trás. Outro revés ocorreu na expansão da carteira de crédito.

“Desde a divulgação dos resultados referentes ao terceiro trimestre de 2022, ficou bastante claro que o Bradesco não fez análises assertivas a respeito da capacidade de pagamento de eventuais tomadores de crédito, ao contrário do que fez o Itaú, que aumentou de forma segura e sustentável a sua exposição a segmentos mais arriscados e rentáveis”, afirma Rabelo, da VG.

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Bruno Oliveira, analista do Projeto Vida de Acionista, está entre os menos animados com o banco. Para ele, o Bradesco ainda não reúne os requisitos que uma ação deve ter para integrar uma carteira de renda com foco no longo prazo. “Entendo que o Bradesco está caminhando para onde quer chegar dentro do prazo, mas ainda é cedo para começar a materializar o resultado positivo”, afirma.

Por isso, para ele, atualmente não há vantagem nenhuma em investir no Bradesco, nem mesmo para aproveitar o desconto da ação. Ele prefere ações que já entreguem um dividendo saudável no presente. “Para quem está pensando em dividendo futuro, ficar posicionado hoje em uma firma que talvez em dois, três ou até cinco anos pode entregar um dividend yield muito elevado, não é uma estratégia muito saudável”, pontua.

Visão neutra

Da mesma forma, Larissa Quaresma, analista da Empiricus, avalia que “ainda vai demorar algum tempo para ver o Bradesco voltar a ser um banco realmente rentável”. Segundo ela, a Empiricus tem preferência por outro banco para quem busca dividendos. No caso, o Itaú (ITUB4) que para os próximos 12 meses poderia entregar um dividend yield de até 8%, superior ao do Bradesco.

Renato Reis, analista da Blue3 Research, também chama a atenção para Banco do Brasil (BBAS3), que pode pagar um dividend yield entre 10,5% e 10,8% para os próximos 12 meses.  “Eu sou mais fã de BB, que paga um DY maior e está com um ROE maior”, diz.

Ele lembra que o BB vem mantendo os resultados que têm sido entregues e basta apenas continuar o que está sendo feito. “Não tem o que melhorar e, se piorar um pouco, ainda estaria em um ponto interessante para compra”, completa. Por se tratar de um banco estatal, o BB também negocia com um desconto atrativo e poderia ser uma alternativa “barata” e mais saudável do que o Bradesco.

Portanto, é importante salientar que o Bradesco ainda está em processo de transição. “Sabe-se que a firma está passando por reestruturação, enxugamento de custos, repensando alguns negócios. Está melhorando, mas ainda não está estável”, pondera Felipe Moura, analista da Finacap.

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Ou seja, o Bradesco está repensando o seu modelo de negócio. “Então, não é o melhor momento para se ter muito dividendo”, diz Moura. Para ele, Itaú e Banco do Brasil estão à frente nesse aspecto quando se trata de grandes bancos.

Nesse sentido, Marco Saravalle, sócio-fundador da MSX Invest, ressalta que há uma tendência de recuperação, com o Bradesco apresentando resultados positivos. “Mas ainda é algo bastante lento.”

Para ele, o dividend yield projetado do Bradesco está na ordem de 8,5% nos preços atuais, o que representa um retorno melhor até do que Itaú. Ainda assim, Saravalle afirma que o Banco do Brasil é o mais vantajoso, sendo considerado “muito mais barato” e que vai entregar muito mais dividendo projetado entre os grandes bancos. Para se ter uma ideia, o dividend yield esperado pela MSX Invest para os próximos 12 meses no BB é de 11%.

“Certamente Bradesco deve continuar na frente do Itaú, pelo menos neste indicador, mas temos outras preferências, principalmente o Banco do Brasil”, avalia o analista da MSX.

O terceiro trimestre vem aí

Diante desse impasse, ganha importância a temporada de resultados do terceiro trimestre. Os números do Bradesco, que saem no próximo dia 31, podem indicar se os sinais de recuperação do banco com a reestruturação já são firmes e os resultados serão ainda mais robustos a partir do ano que vem.

“Com a temporada do terceiro trimestre chegando, vai ser possível vislumbrar um pouco mais esses números e é importante ficar atento à forma como o CEO vai se pronunciar ao comentar os resultados”, destaca Oliveira, do Projeto Vida de Acionista.

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Ainda assim, Reis, da Blue3, lembra que boa parte do que se prevê para o balanço do Bradesco já está embutido no preço da ação. “Então, se por algum motivo, o resultado tiver uma piora ou ficar estável, o papel vai reagir.” Ou seja, o resultado do banco ainda precisa justificar o “preço de tela”. Atualmente, BBDC4 vale pouco mais de R$ 15. A ação recuperou neste mês parte da realização de lucros do mês passado, quando caiu 5,9%, vindo de um salto de mais de 25% apenas em agosto.

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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: Katherine Rivas

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