Fundo de R$ 10 tri da Noruega faz alerta sobre mercado de ações: “É hora de cautela”

O fundo soberano de US$ 1,8 trilhão (R$ 10,25 trilhões) da Noruega, Norges Bank Investment Management (NBIM), está mais cauteloso em relação a investimentos no mercado de ações, conforme afirmou o vice-CEO, Trond Grande, em entrevista à CNBC.

O NBIM, que é um dos principais investidores globais, alertou que o aumento da incerteza global e as preocupações com as perspectivas econômicas indicam que os riscos no mercado de ações tendem a ser negativos.

“Começamos com 70% em ações e 30% em títulos, e normalmente é assim que nos posicionamos em qualquer cenário de mercado. No entanto, é preciso ser realista”, disse Grande na entrevista ao portal americano.

O fundo dobrou de tamanho nos últimos cinco anos e teve um retorno superior a 100% em sua carteira de ações. Porém, agora Grande afirma que é o momento de adotar uma postura mais cautelosa: “Acredito que os riscos nos mercados de ações são mais negativos do que positivos.”

O aviso do NBIM surge logo após o fundo soberano da Noruega reportar um retorno de 4,4% no terceiro trimestre, equivalente a um lucro de 835 bilhões de coroas norueguesas (R$ 432,04 bilhões).

Esses resultados, que ficaram ligeiramente abaixo do índice de referência do fundo, foram impulsionados pelos ganhos no mercado de ações, acompanhados pela queda nas taxas de juros.

Nos últimos meses, diversos bancos centrais começaram a flexibilizar a política monetária, à medida que a inflação diminui em muitos países desenvolvidos.

O vice-CEO do NBIM mencionou várias preocupações, como a situação política nos EUA antes das eleições presidenciais, os esforços da China para restaurar a confiança em sua economia e a narrativa de “crescimento estagnado” na Europa.

Na terça-feira (22), o Fundo Monetário Internacional (FMI) declarou que, embora a batalha global contra a inflação esteja “quase vencida”, os riscos negativos estão “crescendo e agora dominam as perspectivas.”

Criado na década de 1990, o fundo de riqueza da Noruega foi estabelecido para investir as receitas excedentes do setor de petróleo e gás do país. Até agora, ele investiu em mais de 8.760 firmas em 71 nações.

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