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M&As no setor de educação do Brasil parecem desafiadores no curto prazo, diz BofA

O cenário para fusões e aquisições (M&As) no setor educacional brasileiro parece desafiador no curto prazo, dadas as mudanças regulatórias envolvendo o ensino a distância, “valuations” historicamente baixos dentro do setor e altos níveis de alavancagem, disseram analistas do BofA nesta quinta-feira (24).

O relatório analisa uma potencial fusão entre Yduqs e Cogna, e relatos envolvendo Vitru, Cruzeiro do Sul e Yduqs.

Possíveis combinações de negócios entre firmas de educação provavelmente exigiriam remédios antistruste, “especialmente no ensino a distância, enquanto no presencial os desinvestimentos parecem ser menos significativos”, disseram os analistas Flavio Yoshida, Mirela Oliveira e Gustavo Tiseo em relatório.

“Em nossa visão, as principais sinergias são relacionadas a despesas gerais, de vendas e administrativas (SG&A) e otimização de despesas corporativas com a eliminação de estruturas duplicadas”, disseram.

“Também esperamos uma maior racionalidade de preços decorrente da consolidação do setor. Acreditamos que receios sobre potenciais aumentos de preços aos consumidores também podem ser uma preocupação em relação à aprovação do Cade e, portanto, uma consolidação inorgânica parece improvável neste momento”, afirmaram.

Na visão do BofA, no caso de uma união entre Yduqs e Cogna, as questões anticoncorrenciais não parecem ser um problema, enquanto uma possível fusão da Yduqs com a Vitru “pode ser desafiadora dadas as potenciais medidas antitruste”. No caso de negócios entre a Vitru e a Cruzeiro do Sul, um acordo parece ser “menos desafiador em termos de complementaridade de ofertas e questões antitruste”, disseram.

A Cogna disse no mês passado que “não há informações a serem divulgadas” sobre qualquer transação envolvendo a companhia ou a rival Yduqs, após notícias sobre uma eventual combinação de negócios das firmas.

A firma de educação já havia tentado comprar a Yduqs, mas o Conselho Administrativo de Defesa Econômica rejeitou o acordo em 2017, alegando excesso de poder de mercado decorrente da potencial combinação de negócios. Na época, Cogna e Yduqs eram denominadas Kroton e Estácio, respectivamente.

Já a Vitru informou em setembro que contratou bancos para assessorar a companhia na “análise de potenciais oportunidades”, em meio a notícias sobre conversas que a firma estaria tendo com Cruzeiro do Sul e Yduqs sobre um potencial negócio.

Na ocasião, a Cruzeiro do Sul disse não possuir “informações adicionais que devam ser divulgadas ao mercado acerca de qualquer transação” envolvendo a Vitru ou Yduqs. Já a Yduqs disse que não havia “qualquer compromisso assumido ou negociação vinculante envolvendo potencial operação societária entre as partes”.

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Autor: vanessaloiola

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