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Novas regras da Caixa e demanda fazem bancos privados elevarem juros imobiliários

Novas regras da Caixa e demanda fazem bancos privados elevarem juros imobiliários

A demanda por crédito imobiliário, junto à taxa básica de juros (Selic) que voltou a subir, tem pressionado os bancos privados a ajustarem suas taxas de crédito imobiliário. Isso porque, em meio a isso, a Caixa Econômica Federal, que responde por cerca de 70% dos financiamentos no Brasil, anunciou novas regras para a partir de 1º de novembro.

Entre as mudanças, o banco público vai reduzir o valor máximo de financiamento com recursos da caderneta de poupança, por meio do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE). Com isso, a entrada subirá de 20% para 30% do valor do imóvel para os financiamentos do Sistema de Amortização Constante (SAC). Pelo sistema Price, o valor passa de 30% para 50%.

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Mas mesmo antes das novas regras da Caixa, o Itaú anunciou um aumento em sua taxa média, que passou de 10,49% para 10,79% ao ano, acrescida da Taxa Referencial (TR). Ao Infomoney, o banco ressaltou ter o compromisso de manter taxas competitivas no mercado, com foco em atender as necessidades de seus clientes. “Nesse sentido, toda vez que algum movimento importante ou mudança de tendência acontecem, nos empenhamos para entregar as melhores condições, levando em conta o perfil de cada cliente e seu relacionamento com o banco”, disse o Itaú por nota.

Mas o movimento não foi isolado: o Bradesco, que atualmente oferece taxas a partir de TR + 10,49% ao ano, está “avaliando” a possibilidade de fazer algum tipo de reajuste. Já o Santander, que também se manifestou por nota, disse que não tem a intenção de reduzir a oferta de crédito. “No entanto, é importante destacar que, com o atual cenário de elevação dos juros de longo prazo, a tendência é de aumento nas taxas do crédito imobiliário”, informou.

Crédito imobiliário e o financiamento vão pesar mais no bolso?

Segundo projeções da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), a concessão de crédito para a compra de imóveis deve alcançar R$ 270 bilhões em 2024. No primeiro semestre, o volume total de empréstimos chegou a R$ 149 bilhões, alta de 30% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Mesmo assim, em coletiva de imprensa realizada em julho, o presidente da entidade, Sandro Gamba, ressaltou que o crédito imobiliário está ficando mais caro. Junto à Selic, estacionada acima dos 10% há dois anos, a queda na captação da poupança e a Resolução 5.119 do Conselho Monetário Nacional (CMN), que ampliou o prazo de liquidez das Letras de Crédito Imobiliário (LCI), vai pesar no custo do crédito. “Para buscar a distribuição desse mercado, o custo do crédito imobiliário está aumentando”, afirmou o presidente da Abecip.

Na visão do planejador monetário e fundador da Eu me banco, Fabio Louzada, diante do maior custo para realizar um financiamento imobiliário, as pessoas vão buscar alternativas. Entre elas, a carta de crédito de um consórcio imobiliário e os leilões surgem como novos caminhos, mas ele alerta que é preciso entender o perfil alvo de cada produto e os planos individuais de cada pessoa.

“O consórcio é uma opção interessante, caso não haja pressa ou algum prazo para deter o imóvel. Já os leilões de imóveis são uma opção também, com opções extrajudiciais feitas por diversas instituições bancárias como Santander, Itaú e Caixa — sendo que a última é a que detém maior volume de imóveis”, explica Louzada.

O planejador frisa que no caso do consórcio, não existe um momento definido para a obtenção da carta de crédito. Já o leilão, que pode ter descontos superiores a 50% dos valores praticados no mercado, é preciso ficar atento com as especificidades do edital. “Em muitos casos, o comprador é quem precisa arcar com as dívidas do condomínio e IPTU do ex-morador, que podem, juntas, serem altíssimas e maiores até mesmo do que o valor do imóvel.”

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Autor: Janize Colaço

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