Starbucks, Nike e Boeing: com novos CEOs, empresas apostam em reformulação para reverter perdas
Três firmas essencialmente americanas — Starbucks, Nike e Boeing — compartilham uma situação comum no momento.
Cada uma delas tem um novo CEO no comando com a missão de limpar a casa e, fundamentalmente, retomar resultados vistos no passado. Nenhum deles tem um trabalho fácil pela frente, como mostrou um recente documento.
Um relatório preliminar de lucros divulgado na terça-feira (22) revelou mais um trimestre de queda nas vendas da Starbucks — o terceiro consecutivo.
A queda foi especialmente acentuada nos EUA, onde as vendas caíram 10%; e na China, onde caíram 14%. Basicamente, a demanda não estava tão baixa desde o primeiro ano da pandemia.
Os números eram tão feios que a Starbucks tomou a medida incomum de suspender sua orientação financeira pelo resto do ano — uma medida que deveria, em teoria, dar ao novo chefe tempo para elaborar um plano.
Brian Niccol assumiu o comando no mês passado, deixando o cargo mais alto na Chipotle para se tornar o terceiro CEO da Starbucks em três anos. Mas mesmo para Niccol, o cara conhecido em toda a indústria como uma espécie de salvador de firmas em espiral, essa será uma tarefa difícil.
Até agora, Niccol disse que quer simplificar os cardápios e melhorar os níveis de pessoal.
“Precisamos mudar fundamentalmente nossa estratégia para que possamos voltar a crescer”, ele disse. “As pessoas adoram a Starbucks, mas ouvi de alguns clientes que nos afastamos do nosso núcleo.”
Próximos passos
A Nike está em situação semelhante.
As ações da firma caíram cerca de 25% este ano, e a receita caiu 10% no último trimestre em relação ao ano anterior. Assim como a Starbucks, ela tem um novo chefe que todos esperam que apareça com grandes ideias para devolver a marca seu antigo protagonismo.
Os problemas da Nike decorrem de seus próprios erros estratégicos, assim como da crescente concorrência de marcas emergentes mais jovens como Hoka e On.
O novato, Elliott Hill, está há apenas algumas semanas no cargo, mas já garantiu uma extensão de 12 temporadas da parceria da Nike com a NBA e a WNBA, garantindo que o logotipo permanecerá nos uniformes e vestimentas oficiais do basquete profissional.
Problemas nos ares
Na Boeing, os negócios já estavam difíceis quando Kelly Ortberg assumiu como CEO em agosto. Mas o cenário parece ter piorado.
Na quarta-feira (23), os trabalhadores sindicalizados que estavam em greve nas últimas seis semanas rejeitaram a oferta da companhia de retornar ao trabalho, o que significa que a paralisação que está drenando cerca de US$ 1 bilhão por mês da firma continuará.
E no mesmo dia, a Boeing relatou um prejuízo de US$ 6 bilhões no terceiro trimestre, um dos maiores prejuízos trimestrais da história da firma.
Tudo isso está acontecendo logo após um ano que começou com um dos plugues de porta de seu avião explodindo no ar.
O que veio logo após um capítulo de seis anos marcado por tragédias duplas, revelações condenatórias sobre as falhas sistêmicas da firma e a erosão quase total da reputação da Boeing em qualidade e segurança.
Assim como a Nike e a Starbucks, a Boeing está olhando para seu passado para guiar seu futuro.
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Autor: Malu Araujo