Após quase 30% de abstenção, TSE promete estudo para combater ausência nas urnas
A presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, afirmou que a corte se debruçará sobre os números de abstenção no segundo turno das eleições de 2024 para entender as razões e como diminuir a ausência nas urnas.
A abstenção chegou a 29,26% dos eleitores no segundo turno, no último domingo (27).
Em entrevista coletiva após o fim do segundo turno, a ministra ressaltou que cada região deverá ter suas especificidades apuradas.
“Há um aumento de abstenção no segundo turno. Tivemos casos climáticos, outros problemas. Vamos verificar e ver o que podemos aperfeiçoar. Vamos ter que apurar em cada local e trabalhar com os dados”, afirmou Cármen.
A abstenção deste ano ficou ligeiramente abaixo dos números de 2020, ano em que o país enfrentava a pandemia de Covid-19. Na ocasião, 23,15% faltaram às urnas no primeiro turno, e 29,53%, no segundo.
Segundo a magistrada, houve cidades nas quais, do primeiro para o segundo turno, a abstenção aumentou neste ano, enquanto em outras o índice diminuiu, contrariando a tendência, apontada pela própria ministra, de crescimento do índice entre as etapas. “Houve municípios que tiveram 16% de abstenção e outros com 30%”, relatou.
Diante desses números, a presidente da Corte afirmou que o TSE vai se debruçar nas próximas semanas sobre os números específicos de cada local para entender como diminuir o índice para as próximas eleições. A pesquisa deve ser feita pelos Tribunais Regionais Eleitorais e relatada à corte federal.
A ministra citou dois exemplos para provar seu argumento sobre a diferença entre as cidades. Segundo Cármen Lúcia, o Amazonas, que teve segundo turno na capital, apresentou uma abstenção menor que a média nacional. Manaus (AM) registrou quase 24% de ausência nas urnas. “No Amazonas, onde tínhamos uma preocupação em relação à estiagem, tivemos o menor índice de abstenção do que a gente tinha apurado”, explicou.
Já sobre Porto Velho (RO), capital de Rondônia, a presidente explicou que o clima pode ter aumentado a ausência dos eleitores. “Porto Velho teve chuva intensa. Então, o eleitorado que normalmente vai de manhã teria que ter ido à tarde. Mas, por exemplo, para o eleitorado que tem o voto facultativo, isso desanima”, relatou. A capital registrou quase 31% de abstenções, contra 19% no primeiro turno deste ano.
(Com Estadão Conteúdo)
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Autor: Fábio Matos