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Crise nos FIIs: nenhum fundo de fundos (FOFs) bate o CDI em 2024

O cenário de volta dos juros altos no Brasil está penalizando o desempenho dos fundos imobiliários (FIIs) nos últimos meses. O IFIX acumula uma queda perto de 3,3% em outubro e tem tudo para superar a queda do mês anterior, que já era a pior desde 2022. Mas há uma subclasse sofrendo até mais: os fundos de fundos (FOFs).

Um levantamento feito pela Economatica a pedido do E-Investidor mostrou que nenhum dos 28 FOFs listados na B3 consegue superar o rendimento do CDI em 2024.

O FOF com melhor desempenho em 2024 é o Real Investor FII, que acumula uma alta de 5% desde o início do ano até o fechamento da sexta-feira (25). Ainda assim, isso representa apenas 56,68% do rendimento do CDI no mesmo período. Apenas 8 dos 28 ativos listados operam no azul. Na ponta negativa, há quem acumule quedas de dois dígitos. Veja o levantamento:

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Os fundos de fundos são um tipo de FII que investem em cotas de outros ativos da classe em vez de usar o patrimônio para comprar certificados de recebíveis, como os fundos de papéis, ou imóveis reais, como os de tijolo. A determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) exige que, para ser classificado como um FOF, o ativo precisa estar com 95% dos recursos investidos em cotas de outros fundos.

Em um momento ruim da indústria de FIIs, que vem sendo penalizada pela piora do cenário doméstico e a expectativa de que a taxa Selic seguirá em trajetória de alta até o final do ano, os FOFs veem os ativos da carteira despencarem.

“Como as carteiras dos fundos de fundos são compostas por ativos listados, ao se observar a queda do mercado fica evidente que o patrimônio do fundo está diminuindo”, pontua Leonardo Garcia, analista do Trix. O especialista destaca ainda que a queda da cotação dos FIIs pode fazer com que os FOFs paguem menos dividendos aos investidores. “Por exemplo, um FOF possui um ativo comprado por 10 que agora vale 8. Enquanto isso, um fundo similar que custava 10 foi para 6. Nesse caso, trata-se de uma escolha clara de troca para o gestor. Contudo, na estrutura dos fundos, realizar o prejuízo pode resultar em queda nos rendimentos”, explica.

Essa estrutura mais complexa do produto aumenta a dificuldade na movimentação das carteiras; o que também contribui para o momento ruim dos FOFs. “Os FoFs ainda têm a limitação da liquidez, que impede que o gestor mude diametralmente sua estratégia de forma rápida – o que acaba penalizando duplamente”, explica Renato Chanes, analista da Ágora Investimentos.

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Autor: Luíza Lanza

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