Dólar hoje ameniza alta após falas de Haddad e queda nos rendimentos dos Treasuries
O dólar comercial operava com alta nesta quarta-feira (30), mas com menor intensidade em relação ao início da manhã, à medida que comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a queda nos rendimentos dos Treasuries ajudavam a reduzir os ganhos da moeda norte-americana após dados fortes dos Estados Unidos.
Haddad afirmou que houve convergência entre o ministério e a Casa Civil em torno da elaboração de medidas para controle de despesas públicas, ressaltando que o plano passa por análise jurídica.
Na terça-feira, falas do ministro sobre não haver uma data para o anúncio das medidas deixaram investidores receosos, levando o dólar a registrar seu maior valor de fechamento desde 29 de março de 2021.
Haddad disse hoje entender a inquietação do mercado, argumentando que uma semana a mais de discussão no governo não vai prejudicar as propostas, mas “melhorar a qualidade do trabalho”.
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 12h46 (horário de Brasília), o dólar à vista subia 0,18%, cotado a R$ 5,771 na compra e R$ 5,772 na venda. Na B3 o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento DOLc1 subia 0,38%, a 5.784 pontos.
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Dólar comercial
- Compra: R$ 5,788
- Venda: R$ 5,789
Dólar turismo
- Compra: R$ 5,747
- Venda: R$ 5,927
O que aconteceu com dólar hoje?
Após subir quase 1% ante o real refletindo o desconforto do mercado com o cenário fiscal brasileiro e o avanço da moeda norte-americana também no exterior, em meio ao nervosismo com a disputa presidencial nos EUA, a divisa americana segue em alta na sessão de hoje.
O dólar ganhou ainda mais força após dados econômicos afastarem ainda mais a tese de desaceleração econômica e enfraquecimento do mercado de trabalho dos EUA, o que deve impactar diretamente os próximos movimentos do Fed, que entrou no mês passado em um ciclo de afrouxamento monetário.
O relatório da ADP mostrou que 233 mil postos de trabalho foram criados no setor privado norte-americano em outubro, acima dos 114 mil previstos por economistas consultados pela Reuters.
Acrescentando à percepção de força da economia dos EUA, um relatório do governo mostrou que o Produto Interno Bruto (PIB) do país cresceu 2,8% no terceiro trimestre, um pouco abaixo da expectativa em pesquisa da Reuters de expansão de 3%, mas com os gastos das famílias e do governo subindo 3,7%.
O número ainda ficou acima da alta de 1,8% que o Fed considera como um crescimento não inflacionário.
Operadores reduziram as apostas de cortes de 25 pontos-base nas duas reuniões restantes do Fed no ano, o que também elevava os rendimentos dos Treasuries.
Na frente política, o cenário também segue favorável à moeda norte-americana. Investidores seguem apostando na vitória do ex-presidente Donald Trump na eleição de 5 de novembro, o que pode levar a implementação de medidas consideradas inflacionárias, como tarifas e redução de impostos.
(Com Reuters)
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Autor: Felipe Moreira