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Quem deve sair perdendo com a entrada do Nubank em telefonia? Goldman Sachs responde

O Nubank (NU) anunciou na terça-feira (29) o lançamento da sua operadora de telefonia e internet móveis, o NuCel, dentro de uma estratégia de ampliar o portfólio de serviços da instituição além do ramo monetário. Para o Goldman Sachs, a medida pode afetar outras firmas do setor de telecomunicações no Brasil, com destaque para a Tim (TIMS3).

Na visão do banco, a estratégia era esperada, pois o Nubank já havia obtido a aprovação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) para atuar como uma mobile virtual network operator (MVNO) – uma operadora virtual, basicamente, um modelo de negócio em que o serviço de celular é prestado a partir de redes e antenas de outra firma.

O NuCel será liberado gradualmente ao longo dos próximos meses. Na largada, valerá apenas para aparelhos com capacidade para eSIM (chip virtual). Essa exigência pode limitar os resultados da firma num primeiro momento, já que celulares mais simples frequentemente não possuem a funcionalidade para eSIM.

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Existirão três opções de planos do Nucel: 15 GB por R$ 45 por mês, 20 GB por R$ 55 por mês e 35 GB por R$ 75 por mês. Uma grande aposta da instituição é permitir ao cliente cancelar ou trocar o plano (para cima ou para baixo) a qualquer momento, via aplicativo, sem exigência de fidelidade.

“No geral, os planos do Nubank são caros para o pré-pago, mas esperamos que sejam posicionados como pós-pagos de entrada na prática, sendo oferecidos com desconto nesse nicho”, indicam os analistas Vitor Tomita, Tito Labarta, Tiago Binsfeld e Milenna Okamura, que assinam o relatório do Goldman.

Os especialistas não descartam que o Nubank passe a oferecer planos com preços mais baixos ao longo do tempo, após testar o mercado com sua oferta atual. Isso levaria a companhia a competir mais diretamente com os principais planos pré-pagos das operadoras. Uma eventual extensão da oferta para celulares sem eSIM também poderia alcançar mais usuários de menor renda.

Na visão do Goldman, a firma que deve ser mais prejudicada com a entrada do Nubank no setor de telefonia é a Tim, pois está mais exposta ao segmento pré-pago, enquanto a Telefônica Brasil (VIVT3) tem exposição maior a planos pós-pagos e a serviços fixos, incluindo os serviços de banda larga com fibra ótica.

O banco também acredita que a oferta do Nubank, especialmente se for bem-sucedida, abre caminho para que outras grandes firmas com marcas fortes e características favoráveis ​​únicas passem a analisar ou testar a viabilidade estratégica dos modelos de MVNO no Brasil, o que pode levar a uma concorrência incremental no mercado do setor.

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O Goldman tem recomendação de compra para o Nubank, com preço-alvo de US$ 17 para as ações da firma negociadas na Bolsa de Valores de Nova York (NYSE). Por outro lado, o banco tem recomendação neutra para Tim, com preço-alvo de R$ 18,10 por ação, enquanto indica a compra da Telefônica Brasil com preço-alvo de R$ 56,00 por papel.

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Autor: Beatriz Rocha

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