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Só 7 títulos do Tesouro Direto se salvam de perdas em outubro; veja a lista de rendimentos

A maioria dos títulos públicos do Tesouro Direto desvalorizou em outubro. Das cerca de 50 papéis que estão nas mãos dos investidores, pelo menos 43 apresentaram prejuízos. O maior deságio ocorreu no Tesouro RendA+ Aposentadoria Extra 2065, com uma queda de 12,89%. Por ter o vencimento mais longo, é também o cupom mais volátil de toda a prateleira. Já o maior ganho entre títulos que sofrem marcação a mercado, ficou no vencimento mais curto: o Prefixado com juros semestrais para 2025 apresentou valorização de 0,84%.

Esse resultado majoritariamente negativo vem da escalada das taxas no mês. As rentabilidade bateram recordes no período, refletindo o aumento das incertezas econômicas. No geral, quando há uma percepção de elevação de risco em relação a um País, os investidores passam a exigir prêmios maiores para financiar a dívida daquele Estado. O Tesouro RendA+ 2065, por exemplo, viu suas rentabilidades subirem de 6,3% ao ano para 6,6% ao ano.

Já o rendimento do Tesouro Prefixado 2031 saiu de 12,55% ao ano para 12,98% ao ano. No meio de outubro, chegou a atingir o recorde de 13,02% de rentabilidade ao ano. O mesmo ocorreu com o Tesouro IPCA+2029, que chegou a encostar em 7% de juro real. Ou seja, acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – um patamar raro, geralmente atingido em épocas de crise econômica.

Vale lembrar que quando as rentabilidades sobem os títulos desvalorizam em função do mecanismo chamado “marcação a mercado“. Em termos gerais, quanto mais as taxas sobem, mais os preços dos papéis caem. Para fugir dessa volatilidade, o investidor precisa deixar o capital até a data estipulada no título ou optar pelo Tesouro Selic. Atrelado à taxa básica de juros Selic, hoje em 10,75% ao ano, é o único que não sofre esse tipo de variação diária.

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“As taxas dos títulos públicos no Brasil subiram em outubro de 2024 principalmente devido a fatores econômicos como o aumento das expectativas do mercado sobre inflação e preocupações com o cenário fiscal no Brasil”, afirma Simone Albertoni, especialista em renda fixa na Ágora Investimentos.

O cenário fiscal do País vem preocupando especialistas, pelas perspectivas de alta nos gastos do Governo. “Os gastos públicos são um fator relevante para a economia de um País pois são valores expressivos injetados na economia. Quando temos a injeção desse recurso sem aumentar a produção do país, a consequência é a alta da inflação no horizonte relevante. Com o aumento da inflação, é esperado que os juros tenham que ser maiores para conter esse efeito, por isso a retomada do ciclo de alta de juros pelo Banco Central”, afirma Oswaldo Meireles, planejador monetário CFP e sócio da Eu me banco.

Em setembro, o Banco Central subiu a Selic para 10,75% ao ano, na primeira elevação desde 2022.  A expectativa expressa no Boletim Focus é de que os juros cheguem a 11,75% ao ano até o fim de 2024.

Qual título escolher

Com as taxas nas máximas, o cenário é atrativo na renda fixa. Contudo, o investidor precisa ter em mente que títulos prefixados e híbridos poderão sofrer volatilidade e, caso precise resgatar o capital antes do vencimento, poderá ter perdas. Já se deixar até a data acordada, terá exatamente a rentabilidade combinada – que está bastante alta.

Meireles, planejador monetário CFP e sócio da Eu me banco, aponta que um título IPCA+6,5%, prêmio médio atual, tem o poder de triplicar o patrimônio investido em um período de 10 anos. Os papéis de inflação são os preferidos do especialista, mas ele prevê que as rentabilidades podem ficar ainda maiores nos próximos meses.

“Não há dúvida de que as taxas negociadas atualmente são atraentes”, diz Meireles. “É importante o investidor levar em conta o perfil de risco e objetivo com a aplicação, afinal o que está bom pode ficar melhor ainda se a trajetória da dívida continuar neste caminho.”

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Já Albertoni prefere os conservadores pós-fixados para quem só pode deixar o capital aplicado a prazos mais curtos. Vale lembrar que estes ativos estão pagando em média 10,75% ao ano, sem marcação a mercado e com possibilidade de resgate a qualquer momento.

“Para prazos mais longos, o Tesouro IPCA+ está com ganhos reais atrativos e é um importante instrumento de proteção contra inflação. Compõe de forma estratégica o portfólio”, afirma a especialista da Ágora Investimentos. Veja abaixo os preços e taxas do Tesouro Direto nesta quinta-feira (31).

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Autor: Jenne Andrade

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