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Melhores investimentos de renda fixa para novembro combinam rentabilidade e segurança; veja as oportunidades

Novembro começa com muitas incertezas no Brasil e no exterior e, com os produtos de renda fixa pagando juros altos, não há muito o que o investidor possa fazer senão manter seu portfólio conservador. No curto prazo, ativos que acompanham o Certificado de Depósito Interbancário (CDI, parâmetro de rendimento dos investimentos). Para quem pode abrir mão de liquidez, aqueles ligados à inflação também devem ter sua parcela de atenção.

“Com dólar alto, aumentos recentes da inflação, troca do presidente do Banco Central (BC) e as dúvidas sobre como será esse mandato, sugiro uma alocação mais conservadora, com liquidez e que acompanha o CDI, permitindo seguir a evolução da taxa de juros”, diz Daiane Gubert, head de assessoria de investimentos da Melver.

A eleição dos Estados Unidos também pode gerar volatilidade no mercado cambial e afetar o dólar, já que políticas econômicas diferentes impactam a taxa de juros norte-americana e a demanda por ativos emergentes, como os brasileiros. Uma possível vitória de Donald Trump pode fortalecer o dólar e gerar ainda  pressão sobre os juros no Brasil.

Oportunidades na renda fixa

Ativos como Letras de Crédito do Agronegócio e Imobiliário (LCAs e LCIs) pós-fixadas disponíveis no mercado secundário podem oferecer liquidez de forma que o investidor se beneficie do momento atual de juros altos, com “mobilidade para ajustar a rota quando a visibilidade melhorar”, enfatia Daiane Gubert.

Nas emissões privadas, as LCIs e LCAs estão competindo diretamente com Certificado de Depósito Bancário (CDBs), que têm oferecido até 140% do CDI. A segurança proporcionada pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) é um fator importante a ser considerado, tornando o Tesouro Direto e produtos que se encaixam dentro da proteção o caminho mais seguro para o investidor em um cenário incerto.

Júlio Mora, CEO e fundador da Choice Investimentos, concorda que, no atual ciclo de juros altos, com o mercado estimando uma Selic de 11,75% ao final da série, as opções de renda fixa de maior atratividade tendem a ser aquelas que acompanham a taxa básica de juros: Tesouro Selic, CDBs pós-fixados, LCI/LCA e fundos de crédito privado high grade.

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Este últimos são veículos que alocam a maior parte de seus recursos em ativos de renda fixa emitidos por firmas de alta qualidade de crédito e baixa probabilidade de inadimplência. “O que melhor combina rentabilidade e liquidez na renda fixa agora são os fundos de renda fixa pós-fixados high grade, com crédito de alguns setores e infraestrutura, muito bem selecionados com gestão séria”, diz o executivo. “Esses estão tão em destaque que volta e meia têm fechado, mas ainda estão acessíveis.”

Travar a renda fixa em inflação também é negócio

Fabio Gallo, colunista do Estadão e professor de Finanças da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) ressalta que novembro é mês de ainda manter o dinheiro em renda fixa, inclusive nas opções menos líquidas. “O mercado está preocupado com a incapacidade de o governo lidar de forma efetiva com a questão fiscal“, diz.

Passada a eleição municipal, o ministro Fernando Haddad prometeu lançar um pacote de corte de gastos, mas ainda há muito ceticismo em relação a essas medidas. “Se o mercado interpretar o pacote como uma medida robusta, a tendência é que se valorize o real e haja menos pressão sobre os juros futuros. Ainda estamos céticos com essa medida”, diz Mora, da Choice.

Enquanto isso, a inflação vem mostrando resiliência. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) mostrou alta significativa (0,54%), especialmente em itens como habitação e alimentação, e o último relatório Focus já projeta uma inflação acima da meta, em 4,57%. “Isso reforça a necessidade de manter alocações em renda fixa, especialmente para o investidor médio, que busca proteger seu capital e não tem uma gestão profissional de investimentos”, comenta Gallo.

A Bolsa de Valores, que anda de lado na faixa dos 130 mil pontos, também reforça o apelo pela renda fixa. “Títulos como o Tesouro IPCA+ estão se mostrando excelentes opções, oferecendo juros reais (acima da inflação) na faixa de 5% a 6%, o que é muito atrativo considerando o nível de risco atual”, reforça.

Carteira de renda fixa equilibrada combina diversificação com objetivos

Outro ponto que o investidor deve ter em mente ao aplicar o seu dinheiro diz respeito à diversificação. Se a carteira já contém título IPCA de longo prazo, é importante equilibrá-la com Tesouro Selic, prefixados de curto prazo ou CDBs, buscando alternativas que complementem a exposição. “Sempre defendi que a diversificação não se resume ao retorno do produto em si, mas também à relação entre a importância do dinheiro e o tempo de investimento“, diz Gallo.

Segundo ele explica, se o foco do investidor está na aposentadoria, o prazo é longo e a importância é alta, o que permite assumir mais risco pelo tempo de investimento esticado, mas de forma moderada pela importância do dinheiro. Por outro lado, se o objetivo for de curto prazo, como juntar recursos para um casamento em um ano e meio, a liquidez e a segurança devem ter prioridade.

Em casos em que o investidor possui um patrimônio consolidado, como casa própria, o horizonte de investimento se alarga permitindo um pouco mais de risco, além da renda fixa. Outro exemplo vem de uma eventual herança inesperada, em que faria sentido considerar alocações mais arrojadas, como ações e derivativos, já que uma eventual perda temporária não comprometerá a situação financeira geral do investidor.

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Autor: Leo Guimarães

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