As melhores ações para ganhar dividendos em novembro, segundo 7 casas
Outubro marcou um mês negativo para o Ibovespa, que encerrou o período em queda acumulada de 1,60%. Junto à Bolsa de Valores brasileira, o Índice de Dividendos (IDIV) encerrou o período com uma baixa mensal de 2,09%. No entanto, diversos acontecimentos nos mercados globais mexeram com a volatilidade dos investimentos ao longo do mês.
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Foram dois turnos de eleições municipais no Brasil e persistência do risco fiscal, além de um pacote de estímulos à economia da China, acirramento da disputa nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, piora do conflito no Oriente Médio impactando o preço das commodities, dólar atingindo novas máximas, além do início da temporada de balanços referentes ao 3º trimestre de 2024.
Segundo os analistas da Empiricus, o que mais pesou no mês de outubro foi a visão cética do mercado sobre a questão fiscal, enquanto os resultados eleitorais eram avaliados. “Já no primeiro turno, as eleições municipais mostraram uma grande vitória dos partidos de direita e centro-direita, o que também significa uma derrota para o governo. Se ele quiser voltar a ganhar apoio, mirando em 2026, terá de caminhar um pouco mais ao centro, o que deveria ter implicações positivas para o fiscal”, comentam em relatório.
Olhando para novembro, os investidores ficam na expectativa das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos, conhecida como Super Quarta, que acontecem na primeira semana útil do mês. Com previsão de que a Selic encerre 2024 em 11,75% ao ano, o mercado acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central suba a taxa básica de juros da economia, atualmente em 10,75%.
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Já nos EUA, a reunião do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) também pauta as preocupações dos investidores, visto que as decisões monetárias impactam o mercado global. Em setembro, a autoridade monetária cortou a taxa de juros americana em 50 pontos-base para a faixa entre 4,75% e 5,00% ao ano, sendo esse o primeiro corte no país desde março de 2020.
Além disso, nesta terça-feira (5) milhões de eleitores americanos devem ir às urnas decidir quem será o próximo presidente dos Estados Unidos. Para os analistas da XP Investimentos, as crescentes chances de uma vitória do ex-presidente Donald Trump e de uma “onda vermelha” são vistas com preocupação devido ao aumento dos riscos de tarifas, um dólar mais forte e taxas de juros mais altas.
Em relação ao impacto das eleições no cenário doméstico, a casa comenta que, sob um governo Trump, os setores de commodities se beneficiarão de tarifas mais altas e a guerra comercial poderia levar a China a aumentar a demanda pelo Brasil. Já sob um governo da atual vice presidente Kamala Harris, produtores de minerais críticos e setores com exposição a investimentos verde são potenciais beneficiários.
Recomendações para quem está de olho nos dividendos
Para aqueles que investem em ações visando ganhar dividendos, o ciclo de aumento da Selic não favorece as aplicações menos conservadoras. No entanto, os analistas consultados pelo E-Investidor recomendaram principalmente ações de telecomunicações, commodities, elétricas e bancos para este mês.
A Empiricus frisa que o destaque negativo de outubro foi Gerdau (GGBR4), devolvendo parte dos ganhos do mês anterior, mas com valuations que parecem bastante assimétricos na visão dos analistas. Por outro lado, os destaques positivos foram Porto Seguro (PSSA3), que segue ganhando a confiança do mercado com os novos segmentos de atuação, e Cyrela (CYRE3), que mostrou uma prévia do 3T24 muito forte, mesmo diante de uma conjuntura macro difícil.
Para ajudar quem está começando a fazer a composição do seu portfólio, de olho na rentabilidade dos proventos, o E-Investidor consultou 7 bancos e corretoras sobre as suas carteiras recomendadas. Em primeiro lugar nas recomendações, os papéis da Vivo (VIVT3) foram citados por cinco casas, seguidos da Petrobras (PETR4) e Cemig (CMIG4), sugeridas em quatro carteiras, respectivamente. A Vale (VALE3), por sua vez, teve apenas três recomendações para compor o portfólio de dividendos do mês.
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O Pagbank destaca que a Telefônica Brasil – ou seja, Vivo – vem apresentando resultados melhores, principalmente em seu negócio móvel (celulares), com o crescimento da sua receita média por usuário. Outro fato positivo para a firma foi a saída da Oi (OIBR3) do negócio móvel, o que trouxe uma maior racionalidade na precificação dos produtos e serviços no segmento. A companhia deve apresentar seus resultados do 3T24 no dia 5 de novembro.
“O ambiente competitivo mais saudável no setor torna a Vivo um bom ativo para quem visa o recebimento de dividendos. Apesar da entrada do Nubank no setor de telefonia móvel, acreditamos que a racionalidade na precificação dos produtos deve ser mantida no setor”, comentam os analistas em relatório.
Em relação à Petrobras, o BTG Pactual afirma manter uma visão construtiva sobre a firma, ainda que os resultados do terceiro trimestre sejam relativamente fracos devido aos preços mais baixos do petróleo Brent. No entanto, os analistas acreditam que o próximo anúncio do novo Plano Estratégico de cinco anos da firma, no final de novembro, apresenta uma relação de risco/retorno atraente. “Vemos um bom potencial para investimentos de curto prazo mais baixos (2025 e 2026), apoiando as expectativas de dividendos sólidos em um futuro próximo”, destacam em relatório.
Além disso, o banco acredita que dividendos extraordinários poderão ser anunciados em novembro e, dependendo das conclusões do novo plano estratégico de 5 anos, a probabilidade de dividendos especiais nos próximos anos também poderá aumentar.
Para a Ágora Investimentos, a Cemig é uma firma estatal muito bem administrada com espaço para aumento dos dividendos do exercício fiscal de 2024, tornado a companhia um dos nomes com dividendos mais altos, ao mesmo tempo que deve se manter sem risco para os empréstimos de dívidas. “Um possível retorno das discussões sobre privatização, por outro lado, não é uma possibilidade que consideramos por enquanto”, afirmam os analistas.
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Ainda, a corretora indicou que os resultados do 3T24 da Vale ficaram acima das estimativas da casa, a partir de um desempenho de custo melhor do que o esperado na divisão de minério de ferro. A Ágora acredita que a firma apresentou um desempenho operacional sólido, com produção de minério atingindo o maior nível em quase seis anos. “Além disso, acolhemos com satisfação a conclusão do acordo definitivo relacionado ao acidente de Mariana, que deve remover um risco significativo das ações da Vale”, ressaltam.
Confira mais detalhes das recomendações a seguir:
Ágora
A Ágora optou por não realizar nenhuma alteração na composição do portfolio para novembro
Ações |
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BB Seguridade (BBSE3) |
Cemig (CMIG4) |
Itaúsa (ITSA4) |
Vale (VALE3) |
Tim (TIMS3) |
BB Investimentos
Para novembro, o BB Investimentos retirou a CSN Mineração (CMIN3) e a substituiu pela Cemig (CMIG4).
Ações |
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ABC Brasil (ABCB4) |
Bradespar (BRAP4) |
Cemig (CMIG4) |
Copasa (CSMG3) |
Petrobras (PETR4) |
Taesa (TAEE11) |
Tim (TIMS3) |
Isa Cteep (TRPL4) |
Vibra (VBBR3) |
Vivo (VIVT3) |
BTG Pactual
O BTG retirou as ações da Porto Seguro (PSSA3) e Vivo (VIVT3), dando lugar aos papéis da Vibra (VBBR3) e Caixa Seguridade (CXSE3).
Ações |
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Petrobras (PETR4) |
Itaú (ITUB4) |
Vale (VALE3) |
Banco do Brasil (BBAS3) |
Eletrobras (ELET6) |
JBS (JBSS3) |
BB Seguridade (BBSE3) |
Caixa Seguridade (CXSE3) |
Equatorial (EQTL3) |
Gerdau (GGBR4) |
CPFL (CPFE3) |
Copel (CPLE6) |
Vibra (VBBR3) |
Direcional (DIRR3) |
Empiricus
A casa retirou as ações da Cyrela (CYRE3) para dar espaço aos ativos da Vivo (VIVT3).
Ações |
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Gerdau (GGBR4) |
Eletrobras (ELET6) |
Vivo (VIVT3) |
Porto Seguro (PSSA3) |
B3 (B3SA3) |
PagBank
O PagBank tirou 0 Banco do Brasil (BBAS3) da sua carteira recomendada de dividendos para novembro e adicionou o Itaú (ITUB4).
Ações |
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BB Seguridade (BBSE3) |
Cemig (CMIG4) |
Itaú (ITUB4) |
Petrobras (PETR4) |
Vivo (VIVT3) |
Terra Investimentos
Para novembro, a Terra recomendada as seguintes ações para receber dividendos:
Ações |
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Itaúsa (ITSA4) |
Vivo (VIVT3) |
Bradespar (BRAP4) |
Copel (CPLE6) |
Banco do Brasil (BBAS3) |
XP Investimentos
A XP, por sua vez, não mudou as recomendações em seu portfólio:
Ações |
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Petrobras (PETR4) |
Vale (VALE3) |
Vivo (VIVT3) |
Tim (TIMS3) |
Cemig (CMIG4) |
Vale lembrar que todas as firmas listadas na Bolsa de Valores brasileira são obrigadas a distribuir proventos a seus acionistas, a cada exercício social, por força da Lei 6.404 de 1976, chamada ‘Lei dos Dividendos’.
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Fonte original
Autor: Camila Lutfi