Quais ações brasileiras comprar e quais vender com a vitória de Donald Trump?
Donald Trump foi eleito o 47º presidente dos Estados Unidos nesta quarta-feira (6). O republicano derrotou a democrata Kamala Harris, atual vice-presidente do país. O tema esteve no centro das atenções dos investidores nos últimos meses e deve fazer preço não só no mercado acionário americano, como também na Bolsa brasileira.
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A agenda de Trump está pautada em propostas econômicas mais protecionistas. O republicano fez campanha defendendo a redução de impostos sobre grandes firmas, com apoio ao setor de óleo e gás, e aumento das tarifas de importação. Quando se trata dos produtos chineses, o ex-presidente reeleito quer acirrar a guerra comercial com a China, aumentando o imposto de importação para 60%.
Os efeitos da vitória de Trump devem ser percebidos aos poucos no Ibovespa. “À medida em que o governo vencedor for indicando a sua postura fiscal, seu modelo econômico e fortalecendo os laços comerciais, isso terá reflexo para os países emergentes como um todo”, avalia Idean Alves, planejador monetário e especialista em mercado de capitais.
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O analista aposta em um momento favorável para commodities, com o governo Trump demandando uma maior quantidade de matéria-prima não só dos Estados Unidos, mas do mundo, com destaque para o Brasil. Ações de firmas bem posicionadas nesses produtos básicos podem, portanto, ser uma opção, pensando também em uma cenário cambial de dólar mais forte.
Carolina Bohnert, especialista em investimentos e sócia da The Hill Capital, compartilha a mesma opinião. “Já vimos no passado que a guerra comercial com a China levou a uma maior demanda chinesa por produtos brasileiros. firmas como SLC Agrícola (SLCE3) e BrasilAgro (AGRO3) podem observar uma alta na procura por grãos nacionais”, analisa.
Além do agronegócio, o setor de mineração e siderurgia também pode se destacar na sua visão. A Gerdau (GGBR4), com forte presença nos Estados Unidos, tende a se beneficiar das tarifas sobre produtos chineses, aumentando o preço do aço. A companhia também é citada pela XP Investimentos de como uma firma que deve ser favorecida pela vitória de Trump. A casa entende que a operação americana do player o protege das alterações nas taxas comerciais com a China.
Já a Vale (VALE3) corre o risco de ficar em um limbo, na opinião de Felipe Sant’ Anna, especialista em mercado da mesa proprietária Star Desk. “Se o Trump colocar em prática a taxação da China e principalmente do aço chinês, a Vale pode sair prejudicada uma vez que a China é o nosso principal cliente de minério de ferro. Mas na outra ponta, se os Estados Unidos não compram da China ou tornam o aço chinês mais caro, também abrem uma oportunidade para a Vale”, explica.
Valorização do dólar
Sant’ Anna acredita ainda que a Braskem (BRKM5) é outra ação que pode ser impulsionada com o novo governo de Trump, já que sente os impactos positivos da valorização do dólar por ter suas receitas em moeda americana. Já os papéis de frigoríficos que têm penetração no mercado americano, como Marfrig (MRFG3) e JBS (JBSS3), devem subir diante das restrições às exportações chinesas.
Do lado contrário, ações de companhias brasileiras afetadas por juros altos, que tem seus negócios mais voltados ao mercado doméstico, como o setor de varejo, por exemplo, podem ser pressionadas no novo mandato de Donald Trump. É o que explica Renan Silva, economista-chefe da Bluemetrix Asset. “O mercado considera que ele pode promover alguns movimentos inflacionistas e, consequentemente, uma permanência das taxas de juros elevadas por mais tempo.”
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Autor: Beatriz Rocha