Embraer (EMBR3) com voos altos: JPMorgan eleva preço-alvo para R$ 78 e ação sobe 4,7%
Mesmo com a valorização expressiva de mais de 150% das ações da Embraer (EMBR3) em 2024, o JPMorgan vê espaço para mais alta e elevou preço-alvo para os papéis da fabricante de aeronaves de R$ 59 para R$ 78, ou alta de 44% em relação ao fechamento de terça-feira e uma elevação de 32% no preço-alvo. Incluindo a Eve a valor justo de US$ 5,00 por ação, o preço-alvo para dezembro de 2025 seria de R$ 89,00. A ação EMBR3 fechou com ganhos de 4,73%, a R$ 56,69.
O banco também reiterou a recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra), uma vez que o momentum positivo da ação deve continuar durante o quarto trimestre (4T24) – devido à sazonalidade dos resultados e aos novos pedidos – o que provavelmente levará a uma expansão da avaliação atual de 7,8 vezes o Valor da Firma (EV)/Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) esperado para 2025, o que representa um desconto de aproximadamente 50% em relação aos seus pares.
De acordo com relatório, o momentum positivo deve continuar, refletindo as campanhas em andamento da Embraer tanto no setor de Defesa (Índia, Emirados Árabes Unidos, Marrocos) quanto no Comercial (200 jatos em campanha), com o setor comercial beneficiado pela oferta restrita de novos aviões pelos pares.
O banco também cita outros catalisadores de curto prazo, incluindo a expectativa de que o fluxo de caixa livre (FCF) no quarto trimestre supere a cifra de US$ 620 milhões (US$ 300 milhões no ano todo), levando a uma dívida líquida inferior a US$ 500 milhões ou a 0,5 vez a relação dívida líquida/Ebitda.
Nesse contexto, o contrato da Embraer com a República Tcheca inclui um possível pagamento inicial de US$ 350 milhões, que pode ocorrer ainda este ano, o que mais do que dobraria a orientação de FCF da firma de US$ 300 milhões, levando o FCF para US$ 970 milhões no 4T24.
O banco também cita que a Embraer deve transmitir uma mensagem positiva durante seu dia de investidores de 2024 em NY, no dia 18 de novembro, refletindo as tendências positivas observadas no balanço e no backlog (carteira de pedidos). Além disso, este é o primeiro evento desde que a firma entrou no índice MSCI Standard, o que deve gerar maior interesse pelo nome, já que atualmente mais de 80% da sua base acionária é composta por estrangeiros.
Com relação aos riscos relacionados a tese, o JPMorgan destaca que o desempenho da Embraer continua fortemente dependente do desempenho da aviação comercial, tanto em termos de novos pedidos quanto de lucratividade.
Além disso, segundo relatório, uma mudança na recente tendência positiva observada nos setores de Serviços & Suporte e Defesa & Segurança (divisões de maior margem e maior avaliação) poderia impactar negativamente as previsões e o sentimento. “Uma desaceleração na economia dos EUA prejudicaria os bons resultados da aviação executiva”, completa.
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Autor: Felipe Moreira