Americanas “segue confiante” em expansão de margem bruta, diz diretora financeira
SÃO PAULO (Reuters) – A Americanas (AMER3) tem confiança de que vai conseguir obter no quarto trimestre, o principal período para o varejo, melhorar sua margem bruta, apoiada em foco da administração exclusivamente na operação após pagamento da maior parte dos credores em meio ao plano de recuperação judicial do grupo.
“Seguimos confiantes na expansão da margem bruta”, disse a diretora financeira, Camille Loyo Faria, em conferência com analistas e investidores após a publicação dos resultados de terceiro trimestre da varejista na noite da véspera.
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As ações da companhia responsável por um dos maiores pedidos de recuperação judicial da história do Brasil disparavam 60% às 12h10, enquanto o índice Ibovespa mostrava avanço de 0,42%.
O resultado da companhia no terceiro trimestre incluiu uma série de efeitos extraordinários decorrentes da recuperação judicial e pagamento de credores, e Faria afirmou que o desempenho “puramente operacional” da firma ainda mostra lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) “ainda negativo, mas estamos evoluindo na direção certa”.
A firma citou no balanço crescimento de 13,6% nas vendas do trimestre no conceito mesmas lojas, algo que o presidente-executivo da Americanas, Leonardo Coelho, atribuiu em parte ao foco da companhia em voltar suas lojas físicas para um sortimento tradicional do grupo que tem suas origens na década de 30 dos anos 1900.
“A proposta de valor da Americanas passa por mix muito próximo ao do passado, que mistura um pouco de indulgência de pequenos valores, com muito consumo de itens de pouco valor agregado, mas muito resilientes à crise e momentos onde o consumidor tem restrição de gastos”, afirmou o executivo, referindo-se a produtos como bombons, eletroportáteis, produtos para casa e brinquedos.
Enquanto isso, o sortimento de produtos da companhia passou a ser formado por 14 mil itens (SKUs), dos quais 9 mil fixos ao longo do ano e o restante sazonais, ante um lema anterior à crise da firma de ter disponível aos consumidores “tudo a todo momento em todo lugar”.
“É audacioso, mas praticamente impossível de ser entregue”, disse o executivo.
Coelho afirmou que desde o anúncio do escândalo contábil que levou a firma à recuperação judicial, ocorrido em janeiro de 2023, a Americanas fechou 100 lojas e tem utilizado parte das sinalizações das lojas que fecha na abertura de lojas em pontos em que considera que terá melhores resultados.
“Estamos em parte final de seleção de algumas localidades para abertura de lojas”, disse o executivo sem dar detalhes.
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Autor: Felipe Moreira