Itaú estuda lançar Pix via WhatsApp turbinado com inteligência artificial
O Itaú Unibanco quer pegar a onda de lançamentos de modalidades do Pix pelo Banco Central para colocar na rua novas aplicações. As novidades incluem não apenas o pagamento por aproximação, iniciado agora em novembro pelo BC, mas também serviços que usam inteligência artificial. A ideia é personalizar os serviços para os clientes. Isso inclui fazer desde o simples pagamento à vista, fisicamente ou via WhatsApp, até utilizar o cartão de crédito para parcelar o pagamento.
Segundo Mário Miguel, diretor de meios de pagamento pessoa física do Itaú, o banco vem trabalhando ativamente dentro do ecossistema do Pix, para entender a nova realidade, onde consumidores e firmas estão cada vez mais conectados e exigindo meios mais simples de interação, sem deixar de lado a segurança. “Tudo precisa ser simples, fácil, ágil, moderno e seguro”, diz.
O Itaú Unibanco anunciou nesta sexta-feira (22) que vai lançar, em prazo ainda não definido, uma funcionalidade baseada em inteligência artificial generativa que vai permitir ao cliente fazer Pix a partir do WhatsApp, sem necessidade de abrir o aplicativo do banco. O Itaú quer tornar seu aplicativo um “superapp” de gestão financeira, adicionando inteligência artificial também ao programa Minhas Vantagens, para ampliar seus benefícios.
“A inteligência artificial será um marco na forma como o Itaú entregará as novas soluções aos clientes, mudando seu relacionamento com o banco”, diz Ricardo Guerra, CIO do Itaú Unibanco.
Para fazer o Pix no WhatsApp, os clientes podem enviar mensagens para o canal oficial do Itaú, pedindo a realização das transações de até R$ 200 por dia via Pix e a ferramenta interpretará automaticamente mensagens de texto e áudio, com a possibilidade de dividir despesas e gerar o comprovante da transação em segundos. Em breve, também será possível interpretar mensagens em formato de imagens.
“Estamos em fase de experimentação com os clientes, depois de testar muito internamente, porque o WhatsApp hoje já está na vida do brasileiro e vai tornar a experiência mais fluida”, disse Miguel. A solução tem capacidade de identificar na conversa o valor e o destinatário do Pix e a pessoa só precisa confirmar. O teste inicial tereá 5 mil clientes, mas ainda não tem prazo de duração definido”, afirma Guerra.
Como funcionará no Whatsapp
– Reconhecimento de linguagem via texto, áudio ou até imagem. O usuário, dessa forma, pode estar falando com alguém que fará um Pix, pede o valor e a chave para pagamento. A IA avalia isso, já cria o pagamento e o usuário pode apenas autorizar no final. O processo deve ser facil mesmo para usuário com pouca familiaridade com tecnologia.
– Há um limite de R$ 200 por transação/dia, com confirmação de dados antes de efetuar o pagamento. Acima desse valor, o cliente é reencaminhado para o aplicativo do Itaú. Mas esse limite depois pode ser revisto no futuro.
Quem é o Pix na fila dos pagamentos
O mercado de pagamentos hoje movimenta aproximadamente R$ 100 trilhões ao ano, sendo que o Pix, em quatro anos de existência, representa 22% do volume monetário e 45% do volume transacional. “A facilidade tornou esse meio de pagamento cada vez mais relevante, virando o queridinho dos brasileiros, com quase 170 milhões usuários entre pessoas e firmas e 799 milhões de chaves cadastradas”, afirma Mário Miguel.
Segundo Miguel, apesar da grande adesão, o consumidor vê no Pix só uma forma de transferência, mas para o banco ele representa muitas formas de pagamento para o futuro próximo, como compras recorrentes e parceladas. “Ao considerar o ecossistema completo conseguimos reduzir o atrito, seja qual for a escolha da modalidade do Pix pelo cliente”.
Pix por aproximação
O pagamento por aproximação eleva a modalidade Pix a outro patamar, facilitando a vida do usuário, que só precisará aproximar seu celular da maquininha do lojista para fazer o pagamento, como já é feito hoje com cartões. Porém, nesse primeiro momento apenas usuários de Android, que possuem a carteira digital do Google, terão a funcionalidade disponível. Tudo será feito via tecnologia NFC (Near Field Communication), que proporciona a leitura por aproximação entre os equipamentos. Ou seja, celulares com mais de 5 anos já não funcionarão.
Além disso, quem tem a carteira digital da Samsung e da Apple ainda terá de esperar um pouco mais. Isso porque as duas firmas ainda negociam a entrada no sistema do Banco Central para se tornar iniciadoras de pagamento. Dessa forma, usuários de iPhones por enquanto ainda ficam de fora do Pix por aproximação.
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Autor: Anna França