Com políticas de Trump, Paulo Leme prevê sobreaquecimento da economia americana
Para Paulo Leme, ex-executivo do Goldman Sachs e do FMI, o cenário é “claríssimo”, quando se projeta a economia dos Estados Unidos a partir do ano que vem.
“Vai se estimular (nos EUA) a demanda agregada numa ordem de grandeza que é 10 a 15 vezes maior do que um programa normal de estímulo. Então, imagina a velocidade que isso estará acrescendo (à economia)”, avalia ele, em relação às medidas que o governo de Donald Trump deverá implementar.
Mas o economista vê consequências destas medidas prometidas pelo novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “O que acontece quando a demanda cresce e tem um excesso de demanda de bens e serviços? Tem-se um aumento de importações e com isso mantém-se o índice de preço estável”, explica.
Nesse sentido, Leme questiona as intenções do governo Trump, já que uma das suas ideias é exatamente impor barreiras às importações, com a colocação de tarifas.
Além disso, acrescenta que, com o fechamento da fronteira para imigração, também uma das medidas propostas por Trump, cria-se outro problema.
“Isso é uma panela de pressão. A economia vai chegar a um sobreaquecimento… Então, vai ter um boom de crescimento. Mas isso tem data marcada de vencimento. Não sei se são seis meses ou 12 meses”
Segundo ele, vai haver um “surto de crescimento”. “Isso vai ser megapositivo para a bolsa, porém vai ser inflacionário. Vai se queimar toda a capacidade ociosa, tem que se construir a parte de imóveis e construção civil. Não vai ter mão de obra barata.”
“O país chegou a ter 3 milhões de imigrantes entrando no ano passado. No governo (Joe) Biden foi de 6 a 7 milhões de imigrantes que entraram, e isso é muito potente em matéria de gerar crescimento e produtividade – e não se terá mais”, aponta.
Paulo Leme, que foi economista do FMI e hoje é professor residente de Finanças da Universidade de Miami e chairman do Comitê Global de Alocação de Ativos da XP Advisory, participou do episódio 264 do programa Stock Pickers, com apresentação de Lucas Collazo e Henrique Esteter.
Governo Trump e o Brasil
“Claramente, isso tem uma consequência para o Brasil. Na medida em que dólar se valoriza (por conta das medidas do Trump), é ruim para o real. Se tinha algum plano de cortar a taxa de juros no Brasil à frente, vai ficar um cenário inviável”, diz.
No entanto, Paulo Leme acha que na segunda metade do mandato, Trump pode sofrer dificuldades por conta dessa sua política econômica. “Pode ter até o Fed (Federal Reserve; o banco central dos EUA) subindo os juros”, diz.
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Autor: augustodiniz