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CEOs e economistas defendem mudanças estruturais diante das incertezas globais

CEOs e economistas defendem mudanças estruturais diante das incertezas globais

Presidentes de instituições financeiras (CEOs) e economistas defenderam a necessidade de mudanças estruturais diante das incertezas existentes atualmente tanto no Brasil quanto no exterior. As avaliações aconteceram durante o CNC Global Voices, promovido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo, nesta segunda-feira (25), no Palácio Tangará, em São Paulo (SP).

Falando sobre inovação, crédito e perspectivas para o mercado brasileiro, José Berenguer, CEO do Banco XP, disse que não se pode querer “controlar tudo”, em relação às previsões para 2025, sobretudo diante de um novo governo nos Estados Unidos, com a volta de Donald Trump ao poder.

Dentro desse cenário, considera olhar o que se consegue “manejar”, ou seja, “focar no seu negócio”. Especificamente sobre o setor de crédito, Berenguer vê a inadimplência alta, mas atribui isso muito à necessidade de a população ter educação financeira.

Crédito

“As pessoas não sabem consumir o crédito, com uso acentuado, por exemplo, do cartão”, afirma. Para o CEO do Banco XP, é preciso fazer com que a sociedade aprenda a consumir esses tipos de produtos. “Mercado monetário funciona muito bem para os grandes clientes, mas não para os pequenos clientes. Isso precisa funcionar melhor”, avalia.

Eduardo Alcalay, CEO Bank of America, que participou do mesmo painel, diz que “a conjuntura de juros altos não ajuda o empresário e o consumidor na ponta”.  Ele vê também as questões fiscais “embolando” a situação, mas que, se solucionada, destravaria a economia.

Ele diz que lá fora há um grande interesse pelo Brasil, pelo tamanho de seu mercado, mas aponta que o investidor tem visto “o câmbio extremamente volátil, a taxa de juros alta, que impede o desenvolvimento maior do potencial de consumo, e as indefinições que pairam na questão do equilíbrio fiscal”.

Para o CEO, isso “esfumaça” o cenário no médio e longo prazos. “Os fluxos de capital estão mais retraídos”, afirma.

2025

O pacote fiscal a ser anunciado pelo governo ele espera que seja crível. “A gente tem um grau de engessamento grande no Orçamento”, comenta. Para 2025, Eduardo Alcalay indica preocupação com dois conflitos internacionais (Oriente Médio e Rússia-Ucrânia) e a nova agenda nos Estados Unidos com o governo Trump.

“O mundo terá um pouco mais de inflação e juros, com uma necessidade de mais disciplina das firmas e setores públicos”, avalia. “Não adianta, juros altos freiam a economia, não tem jeito”, afirmou. Ele comenta ainda que o câmbio a cerca de R$ 5,80 carrega um prêmio de risco relevante.

Bruno Funchal, CEO do Bradesco Asset Management, afirma que o problema fiscal do governo é excesso de despesa obrigatória. “Esse é o problema raiz”, afirma. “O Brasil está barato, mas o risco percebido é muito alto”, acrescenta.

“A gente tem muita incerteza aqui e lá fora. O mote é o que vai ser o governo Trump e o que será implementado. Precisa ver o que de fato será executado”, aponta.

Pacote fiscal

Falando sobre os desafios e as perspectivas para a economia brasileira, para a próxima década, Caio Megale, economista-chefe da XP Investimentos, diz que é preciso o Executivo liderar as mudanças relativas às despesas. “Não acredito no parlamento fiscalista”, afirma.

“Nós estamos crescendo a arrecadação em 10% e estamos no vermelho com a dívida pública”, destaca. “Nós esperamos desse pacote menos do que se vai economizar, mas regras que sejam ajustadas. Nosso orçamento se tornou mais indexado nos últimos três anos”, afirmou.

Para ele, é preciso resolver a questão estrutural do fiscal. “As medidas (do pacote fiscal) são para fortalecer o arcabouço. A dívida vai crescer 12 a 13 pp do PIB nesse governo”, analisa, destacando a necessidade de dar sustentabilidade às receitas e às despesas do governo.

Ana Paula Vescovi, economista-chefe do Santander, sinaliza a necessidade de estabilização da dívida. “A expectativa (com o pacote fiscal) é que possa frear a deterioração que a gente assiste desde abril”, diz. Ela mostrou preocupação com o tamanho da dívida pública brasileira.

Por fim, Mansueto Almeida, economista-chefe do BTG, prevê dívida pública de 80% a 84% no final desse governo: “É muito alta”. “A gente tem um problema fiscal grande. O gasto público federal continua crescendo, mas sem controlar as despesas. A gente vai continuar com desafio fiscal. Mesmo controlando o gasto, vai ter que aumentar a carga tributária”, pontua.

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Autor: augustodiniz

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