10 empresas atingem recorde histórico de dividendos
Quem acompanha o mercado de capitais pôde observar um fenômeno extraordinário: dez firmas listadas no Ibovespa distribuíram, entre janeiro e setembro de 2024, valores em dividendos que superam qualquer desembolso feito nos últimos quatro anos.
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A análise dos dados, elaborada pela Elos Ayta, revela que alguns setores estratégicos vêm transformando o cenário dos dividendos no Brasil.
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Supremacia do setor monetário
O setor monetário costuma ser um dos mais confiáveis quando o assunto é geração de valor para seus acionistas. Em 2024, essa vocação foi confirmada com um feito histórico: das dez firmas que quebraram seus próprios recordes de dividendos, quatro são do setor monetário.
O Itaú Unibanco, por exemplo, desembolsou impressionantes R$ 21,4 bilhões até setembro, acumulando R$ 57,09 bilhões em dividendos pagos nos últimos cinco anos.
Outro caso interessante é o do BTG Pactual. Com R$ 2,99 bilhões distribuídos, o banco não apenas cresceu significativamente ao longo do ano, como também consolidou sua posição como um dos principais players do mercado.
Consistência
É fascinante observar firmas que mantiveram crescimento sólido em termos de pagamento de dividendos mesmo num cenário econômico desafiador.
Em um setor estratégico como petróleo e gás, por exemplo, a Cosan distribuiu R$ 2,7 bilhões em dividendos em 2024, o que a posiciona como uma das mais consistentes pagadoras. Já no setor de bens industriais a Weg segue surpreendendo. Este ano, a companhia distribuiu R$ 2,9 bilhões — o maior valor dos últimos anos.
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Vale destacar também o caso da Vivara, uma espécie de “ponto fora da curva” em nossa análise, haja vista que ela pertence ao segmento de consumo cíclico. A joalheria desembolsou R$ 88 milhões em dividendos neste ano, valor superior ao registrado em todos os anos anteriores desde 2020. É um caso que merece atenção, pois revela surpreendente constância em um ramo que tende a ser mais sensível às oscilações econômicas.
Somadas, as dez firmas que listamos desembolsaram R$ 42,9 bilhões até agora, o que representa 22% do total distribuído em dividendos por todas as companhias listadas no Ibovespa. Trata-se de um percentual superior ao dos anos anteriores, sinal do impacto positivo desses recordes no mercado.
Liquidez real
Vale esclarecer um detalhe importante: os números analisados se referem apenas aos valores efetivamente pagos aos acionistas. Estamos falando de saída de caixa na forma de dividendos, não de valores provisionados nas demonstrações financeiras. Essa diferenciação é crucial se quisermos conhecer a verdadeira liquidez de cada uma das firmas.
Setores recordistas
Além de uma lista das firmas recordistas em dividendos, elaboramos um ranking com os dez setores que mais pagaram a seus acionistas em 2024.
Dois deles registraram volumes recordes na distribuição de dividendos: o setor monetário, com 30 firmas e um desembolso total de R$ 67,7 bilhões até o mês de setembro, valor que supera qualquer outro da série histórica anual; e o setor de bens industriais, formado por 22 firmas, que distribuiu R$ 7,44 bilhões em nove meses.
Há outros setores que mantiveram desempenhos relevantes. O de utilidade pública, por exemplo, distribuiu R$ 26,2 bilhões até setembro de 2024, o que equivale a cerca de 70% do recorde anual registrado em 2021. Já o setor de petróleo, gás e biocombustíveis lidera o acumulado de cinco anos, com R$ 457,8 bilhões desembolsados e predominância absoluta da Petrobras: desse montante, a companhia foi responsável por impressionantes R$ 439,3 bilhões.
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Um ano histórico
Os dados deixam uma coisa clara: 2024 já entrou para a história como um ano marcante para os dividendos no mercado brasileiro. Os setores monetário e de bens industriais mostraram força e capacidade de recuperação, enquanto o segmento de petróleo manteve sua relevância estratégica com a Petrobras à frente.
E não nos esqueçamos da resiliência surpreendente demonstrada por todas as 156 firmas que distribuíram dividendos nos últimos cinco anos de forma consistente. Só de janeiro a setembro, essas companhias desembolsaram R$ 213,8 bilhões, ou 77,4% do total pago por elas mesmas em 2023.
Dividendos continuam sendo um bom termômetro para medir o desempenho das firmas e sua capacidade de gerar valor aos acionistas. Os números apresentados até aqui deixam qualquer um animado para ver como esse cenário evoluirá até o final do ano.
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Esta notícia foi originalmente publicada em:
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Autor: E-Investidor